sexta-feira, 5 de abril de 2024

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A mente desse jovem é um campo de batalha onde os pensamentos se chocam, os desejos se confrontam e as emoções se desenrolam em uma dança caótica.

Ele está preso em um labirinto de emoções, onde cada pensamento o arrasta para um novo dilema, cada suspiro ecoa a saudade da presença que ele tanto deseja, mas que lhe é negada. Cada palavra não dita, cada gesto contido, são como fios invisíveis que o mantêm aprisionado em um ciclo interminável de anseios e frustrações.

A paixão queima em seu peito como um fogo voraz, consumindo sua razão e inundando sua mente com imagens e fantasias que o transportam para um mundo onde o impossível se torna possível, onde ele finalmente pode estar ao lado daquele que tanto ama.

Mas a realidade cruel o puxa de volta, como um ímã que o atrai para o chão frio e duro da solidão. Ele se vê obrigado a encarar a verdade nua e crua: aquilo que tanto almeja está fora de seu alcance, uma miragem inalcançável que o assombra dia e noite.

A dor de não poder ter o objeto de sua paixão é como uma ferida aberta em sua alma, uma dor lancinante que o consome por dentro. Ele se debate entre a esperança e o desespero, entre a vontade de lutar por esse amor proibido e o medo avassalador da rejeição e do sofrimento ainda maior.

Mas mesmo em meio ao caos de sua mente conturbada, ele encontra uma centelha de lucidez, um lampejo de clareza que o faz perceber que o verdadeiro amor não é apenas possuir, mas também libertar. Ele entende que amar é deixar ir, é desejar a felicidade do outro mesmo que isso signifique sacrificar a própria.

Assim, ele se encontra em uma encruzilhada, onde o caminho da resignação se mistura com a esperança de um futuro onde o amor possa florescer livremente. E enquanto ele navega por esse mar agitado de emoções, ele aprende que, às vezes, a maior prova de amor é aceitar que certas batalhas não podem ser vencidas, e que encontrar paz dentro de si mesmo pode ser a maior conquista de todas.

Por Màuri Zeurgo


domingo, 31 de março de 2024

Olhos Cansados

Nos olhos cansados, um mar de desilusão,

Reflete as tempestades de um coração,

Que outrora pulsava ao ritmo do amor,

Agora desfalece sob o peso da dor.


Em suas pupilas, sombras dançam sem fim,

Contando histórias de desencanto e desdém,

Cada ruga um suspiro, cada linha uma mágoa,

Um testemunho mudo de uma paixão que naufraga.


Eles já viram o brilho das estrelas no céu,

Mas agora refletem um mundo cruel,

Onde promessas são quebradas como cristais,

E sonhos se desfazem em pedaços desiguais.


Sob pálpebras pesadas, o cansaço se abriga,

Como um manto de tristeza que os olhos envolvem,

Mas mesmo na escuridão que os envolve em lamento,

Ainda há um lampejo de esperança no firmamento.


Pois nos olhos cansados, ainda há luz a brilhar,

Uma centelha de fé que se recusa a apagar,

E no fundo da alma, uma voz sussurra baixinho,

Que o amor renascerá, mais forte e mais inteiro, no caminho.


Assim, nos olhos cansados, uma jornada se revela,

De cicatrizes e feridas, mas também de anseios e de estrelas,

E mesmo que o amor tenha desiludido um coração,

Ainda há beleza na esperança de uma nova canção.


Por Màuri Zeurgo


Na Bruma do Esquecimento

Na bruma cinzenta de uma alma perdida,

O amor vagueia, sua chama já esquecida.

Nas sombras frias de um coração deserto,

O eco de um suspiro, tão triste e incerto.


Um homem caminha, carregando o peso

De um amor que definha, em lento processo.

Seus olhos cansados refletem a dor,

Da indiferença que o consome, sem pudor.


Ele busca respostas nas entrelinhas mudas,

Em gestos vazios, em palavras mansas e surdas.

Mas o outro, tão distante, não enxerga a agonia,

Imerso em sua própria ilusão, em sua fantasia.


A cada dia que passa, o abismo se alarga,

Entre o que um sente e o que o outro não enxerga.

E o amor, que um dia floresceu com esplendor,

Agora definha em meio à sua própria dor.


Como uma flor murcha, deixada ao relento,

O sentimento se esvai, sem deixar lamento.

E na solidão de um coração despedaçado,

Resta apenas a saudade do amor malogrado.


Mas na escuridão da noite, há uma faísca de esperança,

Que talvez um dia, numa dança,

O amor volte a brilhar, radiante e forte,

E cure as feridas desse triste corte.


Por enquanto, porém, resta apenas a resignação,

De um amor que se esvai, sem explicação.

E o homem solitário segue seu caminho,

Entre sombras de um amor que não tinha destino.

Por Màuri Zeurgo



Domingo de Páscoa

A Páscoa: Um Domingo de Ressurreição ou de Falsas Promessas?

Nos confins do calendário, aguarda-nos um dia peculiar: o Domingo de Páscoa. Uma data marcada por tradições, reuniões familiares e, supostamente, por uma celebração do amor e da ressurreição. Contudo, em meio aos cânticos alegres e à profusão de ovos coloridos, esconde-se uma sombra insidiosa: a falta de amor disfarçada por um único dia de hipocrisia.

É notório como muitos usam este domingo como um mero teatro, uma encenação cuidadosamente ensaiada para ocultar a verdadeira natureza de seus relacionamentos. Anos de indiferença, de palavras não ditas e gestos frios são momentaneamente eclipsados por um sorriso forçado e um abraço protocolar. É como se, num passe de mágica efêmero, a ressurreição do amor fosse invocada, apenas para ser enterrada novamente na segunda-feira.

A Páscoa, que deveria ser uma celebração de renascimento e redenção, muitas vezes torna-se um lembrete cruel das relações desgastadas e dos laços enfraquecidos pelo tempo. É um paradoxo doloroso testemunhar como um único dia de pausa no ano é capaz de despertar a ilusão de afeto onde apenas o vazio persiste. Como se a troca de chocolates e sorrisos pudesse preencher os abismos de anos de negligência emocional.

É urgente confrontar essa farsa insustentável. A verdadeira ressurreição do amor não está contida em um único dia festivo, mas sim nas pequenas ações diárias, no cuidado mútuo, na empatia constante e na comunicação genuína. A Páscoa deveria servir não como um verniz superficial sobre relacionamentos deteriorados, mas como um chamado à reflexão profunda e à transformação verdadeira.

Que neste Domingo de Páscoa possamos nos despir das máscaras sociais e confrontar a realidade de nossos relacionamentos. Que possamos dedicar-nos não apenas a representar o amor, mas a cultivá-lo genuinamente em nossas vidas diárias. Pois só assim poderemos verdadeiramente ressuscitar o amor, não como uma ilusão efêmera, mas como uma realidade duradoura e significativa em nossas vidas.

Por Màuri Zeurgo


quinta-feira, 28 de março de 2024

Somos Eternos?

 "Quem quer viver eternamente?" - uma pergunta que ecoa através dos séculos, ecoando nos cantos mais profundos de nossa alma. É uma indagação que nos confronta com a nossa própria mortalidade, nos desafiando a refletir sobre o significado da vida e da finitude.

 

Para alguns, a ideia de viver para sempre pode ser tentadora, uma busca incessante pela imortalidade que os leva a procurar por elixires da juventude ou pela preservação da memória através das obras deixadas para trás. No entanto, será que a eternidade é realmente desejável?

 

Aqueles que ousam contemplar essa questão podem descobrir que a beleza da vida reside em sua transitoriedade. É na efemeridade dos momentos que encontramos verdadeira profundidade e significado. Cada amanhecer, cada pôr do sol, cada riso e cada lágrima são preciosidades que só ganham valor pelo fato de serem finitos.

 

Afinal, é a consciência de nossa própria mortalidade que nos impulsiona a viver plenamente, a abraçar cada instante com gratidão e intensidade. É o conhecimento de que nossa existência é efêmera que nos motiva a buscar significado e propósito, a deixar um legado que transcenda nossa própria finitude.

 

A busca pela eternidade pode ser uma jornada solitária e vazia, uma fuga da realidade que nos impede de apreciar a beleza do aqui e agora. É na aceitação de nossa mortalidade que encontramos liberdade, permitindo-nos abraçar a vida em sua totalidade, com todas as suas alegrias e tristezas.

 

Portanto, ao invés de nos perguntarmos quem quer viver eternamente, talvez devêssemos nos questionar: como podemos viver de forma significativa e autêntica, enquanto ainda temos tempo neste mundo efêmero? Talvez seja essa a verdadeira essência da vida - viver cada momento como se fosse o último, encontrando beleza na impermanência e na preciosa dádiva da existência. 


Somos Eternos?

Por Màuri Zeurgo


Uma Flor Solitária

No coração do deserto árido e vasto,

 

Uma flor solitária ergue-se com bravura.

Em meio à aridez e ao calor abrasador,

Sua beleza resiste, uma visão de ternura.

 

Suas pétalas delicadas, como jóias reluzentes,

Desafiam o solo árido, sem medo.

Cada uma, uma história de perseverança,

Um testemunho da força que em si carrega.

 

Sob o sol escaldante, ela floresce radiante,

Desafiando todas as adversidades que enfrenta.

Suas raízes mergulham fundo na terra ressequida,

Em busca de vida em meio à desventura.

 

E assim, como a flor no deserto floresce,

Nós também podemos encontrar inspiração.

Nos dias mais áridos, quando tudo parece perdido,

Nossos corações podem florescer com determinação.

 

Pois como a flor, somos feitos para resistir,

A cada desafio, a cada provação.

E mesmo nos momentos mais sombrios da vida,

Podemos encontrar beleza e esperança em nossa própria criação.


Uma Flor Solitária

Um Estranho no Paraíso

 Em um paraíso perdido, sob o manto da noite,

Um estranho surge, tentador e sem igual.

Seus olhos, estrelas cadentes, cintilam com desejo,

E seu toque, fogo que consome, incendeia minha pele.

 

Desconhecido, mas familiar, ele desperta em mim

Sensações que eu nunca soube que existiam.

Seus lábios, uma promessa de êxtase inebriante,

Conduzem-me ao abismo do prazer, sem hesitação.

 

No éden proibido, entregamo-nos ao delírio,

Dançando na borda do desejo, sem medo do perigo.

Cada suspiro, um convite para explorar o desconhecido,

Cada toque, uma sinfonia de gemidos em crescendo.

 

Nesse mundo de fantasia, somos dois estranhos,

Unidos pelo fogo ardente da paixão.

E no paraíso que criamos entre lençóis de cetim,

Encontramos a redenção na entrega desenfreada do amor.

By Màuri Zeurgo


Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...