terça-feira, 12 de julho de 2011

Amei, Chorei e Sofri (10.07.2011)

À Mauri Zeürgo

*Dois dias que não te vejo... Dois dias que não voltam mais, que nunca serão resgatados... O tempo destrói o desejo da paixão. Tem pessoas que negam e negligenciam o que encontram... São falas tolas jogadas ao vento, quando o que vale é o toque, o abraço o beijo na testa. - Todo resto é balela.
   Sinto pena de mim, que nas desenfreadas buscas dos desejos do corpo que se encontram com o desejo da alma, e pensando ter encontrado sua alma perdida, descobri que está mais perdido que antes, assim me sinto, assim me encontro casado com alguém que descobri não ser alguém, era apenas um fantasma que apareceu diante de mim, seu arquétipo está em minha esquizofrenia... Amei-o tanto, desejei-o tanto, toquei-o tanto, e entanto, me vejo na solidão das palavras mais uma vez chorando em prantos...
   Desejei-o por inteiro, no entanto, não sou completo, minha incompletude me faz perder tudo aquilo que pensei ter preenchido o mosaico da minha existência.
 Amei-te no ontem, te desejo no hoje e sonho contigo no amanhã.... Meu Ícaro insano...
 Assim sou Sísifo cumprindo minha sina, minha imposição.
Não me bastasse tudo, minha pedra agora pesa mais ainda, pois nela tem o nome de Zeurgo.
 Queria muito abraçar, e juntos sermos levados aos olhos de Morpheu, e quando a Deusa Aurora assim chegar, poder olhar e dizer: Graças aos ímpios, sujos e puros, sou agora nova alma nascido da noite dormida ao lado de Teseu, cujo nome se modificou e agora se chama Zeurgo.
Mas continuo meu destino, mesmo sendo determinista. O que antes era doce agora se torna amargo aos lábios meus...
Por: Goulart Aventureiro

domingo, 10 de julho de 2011

Agarre a sua luz! (14/09/2011)

“Durante o dia, vejo o sol e durante a noite, o luar. Na minha felicidade e na vida, vejo a certeza de que seu nome comigo sempre estará.”

Dia a dia recebemos em nossa porta um novo amanhecer, um novo anoitecer e diferentes formas de encarar a felicidade e as certezas e incertezas da vida. São sempre elas que nos enchem de emoções sublimes e ricas de um bem querer, sempre cheios de carícias, dengos, toques e olhares.

Verdadeiramente únicos são aqueles que chegam e deixam grandes lembranças saudosas, e também pequenos detalhes que facilitam os dias nossos, fazendo-nos encher o peito e gritar ao mundo: Meu grande amor, eu o amo e não quero te perder. Porém, o maior erro e a marca que sela a infelicidade é sempre o silêncio que invade.


– Quem cala, consente. Mas, quem cala perde os direitos e nem olhares e nem intenções visuais, poderão retomar a jornada rumo à felicidade dos dias últimos. O silêncio pena como pedido pleno: Faça-me sentir a luz da manhã e a brisa da noite, feito uma última dança élfica, com os pequenos redemoinhos ventosos e refrescantes.

Aos que penam, os rumores terrenos são passageiros e sombrios. A esses homens insanos e profundos, restam-lhe caminhar por entre a neblina que os cega, sem deixá-los atravessar a barreira de terrenos dos bons frutos.

Somos todas vítimas de um falso amor e conseqüentemente, tornamo-nos suspeitos de acabar com a raça humana. Resultado disso é a falta de Amor próprio, em que matamos a cajadadas os sentimentos puros, fazendo assim de nossos dias, uma sanguinária chacina de emoções equivalente à tortura da alma e ao apagamento por completo da memória. Somando assim, a matemática do diabo em perfeita equação.

Corpo – é só o que nos resta. Essa “massa-material” com diferentes formas, cores, intenções, sentidos e sensações é o único escudo que sobra de um grande herói em todas as histórias. Tornamo-nos aquilo que cativamos sempre e a nossa vida carnal e sedenta é tão somente o espelho inverso das impurezas da alma e dos atos comuns que são todos nossos.

Hoje, enxergar na vivência, todo o comodismo como forma de sobrevivência é o mesmo que caminhar por entre vielas tão paradas, cair da janela sem o parapeito, dar longos saltos sem ao menos sair do lugar, enterrar a cabeça na terra com vergonha de si mesmo e negar a própria existência.

O amor próprio deu-me isso – a liberdade de escolher. Bastou-me enxergar a luz no fim do túnel, apeguei-me a ela e deixei aquele canto escuro da sala há anos. Gu, agarre a sua luz sempre e sempre...

Mauri Zeurgo

sábado, 9 de julho de 2011

Sina de um Determinista (14/08/2011)

Os dias que se passaram, realmente não voltam mais ou da mesma forma. Porém, voltam esses com maior teor e emoção, com aquilo que sentimos e que sempre merece ser resgatado – O tempo que destrói e afasta, mas também une e constrói paixões ainda mais voluptuosas e cheias de desejo insano, profano, mundano, profundo e sincero.
Negligenciar e ou negar a existência de outrem a preço injusto é a real balela. As falas verbalizadas e ditas de forma verdadeira e constante são o pequeno ouro daqueles que ainda primam por serem únicos e leais à vida simples e fora da grande boca do lixo – o mundo lascivo.
Sentir pena de si mesmo é covardia dos tolos, dos injustos, daqueles que fingem o flagelo do corpo para tapear as feridas da alma. Todos nós temos anseios, desejos, neuras e maluquices, mas, quando tudo isso se torna visível aos olhos, as pessoas temem pelo desconhecido,  fogem e não querem ser mais encontradas.
A hora de rezar é essa, pois os pequenos fantasmas de nossas vidas surgem aqui e ali, feito um manifesto impiedoso de emoções raras e que nos remetem as lembranças da esquizofrenia nossa, feito um ligamento poderoso, desdobra nossa mente cheia de inquietações e dá-nos a realidade de forma distorcida, complementando sempre a existência encardida e vazia.
 Quanto ao desejo, ao toque, ao pranto e às angústias da espera, talvez devêssemos guardá-los todos na nossa caixinha secreta das nossas psicoses mundanas – Deixando sempre os delírios e as provocações contra a alma, diante desse impiedoso trono soberano que altera os contatos com a realidade nossa.
Quando as palavras se colocarem em prantos, sente-se ao lado delas e chore junto. Deixe que as lágrimas de ambos percorram rio abaixo, o mesmo rio que lava o corpo e purifica a alma.
Sentir-se-á vazio sempre, enquanto houver a dúvida em seus lábios e enquanto isso perdurar, nenhum desejo será igual aos de antes e toda essa incompletude tua só se perderá no tempo se manteres essa venda negra sob seus olhos, essa mesma que censura a real face da mão amiga, essa venda negra que recebe a foice que engana, fere, envenena e mata. Essa tarja negra rotulada como indecisão pelos que temem a verdade e que temem também à realidade crua e simples em que vivo, será apenas o começo do seu fim, se continuares dando “asas” aos que somente o vê como objeto de desejo voltado apenas ao sexo vazio, frio, irrustido e temperamental.
Tantos mosaicos existenciais concluem a vida de um homem e a sua se perde com somente aquele que menos importa a mim ou a qualquer outra pessoa comum e simples – O mosaico feito roda dos prazeres. Esse mesmo que só nos rouba o bom e nunca delata os infratores, deixando-nos sem atitude alguma e levando da gente a pouca dignidade que ainda resta.
Se assim quiseres, serei Ícaro insano, alçando vôos tão altos a ponto de completar a jornada, rumo ao sol escaldante e morrendo afogado antes do último prazer. Se quiseres, serei você, sendo Sísifo, levando a maior pedra rumo ao cume da mais alta montanha, fazendo-me penar por cada pecado prazeroso enquanto a mesma pedra desce rolando para que haja mais dor e sofrimento. Podendo assim, auxiliá-lo nas encostas da vida com suas grandes pedras e aliviando a cascas de suas grandes feridas que maltrataram tanto e tanto o coração teu.
Um nome é sempre um nome, porém, quando carregado de sentimentos profundos e verdadeiros será sempre lembrado. O mais difícil não é carregar uma grande pedra grafada com ele ou cortar a carne para extrair o nome do corpo, pois existem fatos mais dolorosos de lidar. A dificuldade maior está na extração das memórias e das lembranças, pois é lá onde meu nome se encontra nesse momento – silencioso, distante, enamorado pelo eco vazio e desvanecido pelas estradas sombrias e divergentes da existência crua, como um descarne profundo e agradável feito um sono injusto e ao mesmo tempo, atormentador.
Nesse momento, com as bênçãos da deusa Aurora, que faz brilhar as manhãs e com o consentimento dos atos nossos, somos levados inconscientemente ao dia do acordo final e como um sonho único e duradouro ouve-se Morpheu “– Façam dos meus sonhos os teus e vivam eternamente ao lado de quem realmente os ama, dando valor à sinceridade e ao amor mútuo. Vá acompanhado das Horas e das Graças que regem os atos puros, o tempo e a vida transviada que percorre na veia e no ego maltrapilho que reside em tua alma.”
Enquanto houver a dificuldade em lidar com sua própria língua determinista, deve-se afastar do mundo, aprendendo a dizer desculpas as almas, corpos e mentes afetadas pelo egoísmo.
Só assim, poderá carregar quantos nomes conseguir nas costas, feito a pedra de Sísifo, o mundo de Atlas, o drama de Electra e tantas outras sinas....

Mauri Zeurgo


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Esfriando o fogo (14/07/2011)



Sinto-me entre o fogo, mas, tenho frio. Tentando te esquecer,
Não consigo mais carregar nas costas, esses dias estranhos e todo esse peso.
Tenho tudo em minhas veias e eu não consigo entender;
Cansado do esquecimento, o tempo mata as minhas memórias,
Com esse fogo que é tão frio e cruel – Emocionalmente envolve-me
E tão repentinamente dissolve-me numa matéria solúvel e inexistente.
Estou hoje, tentando conter o medo do coração,
Ainda sob a pena do dia de pagar as dívidas e as promessas;

Sinto o fogo farto e que não esquenta nunca, mas sei – Ele está ali,
Magnânimo ao impossível, fiel aos infiéis e mais doce como nunca!
Porém, ele envenena e mata – machuca – ferindo a fundo.
“Dou amor a quem quiser, mas saiba das conseqüências.”
Seja eloqüente e aceite somente aquilo que conhece,
Jamais dê asas ao desconhecido ou abra seus braços ao
Grande monstro devorador de sonhos – ele engana sempre.

Chegando com suas palavras idealizadas e olhos desejosos
Dá-nos os braços como auto-ajuda e some depois.
Cansados, nós não conseguimos segurar a vida nas mãos,
Sentimos os lábios ressequidos de um beijo que nunca sacia a gente,
Banimos então, a grande causa do amor, o falso amor que nos engana.

À procura de um porto ou estação, meu corpo vira pedra, quando
Consigo então enxergar a maldade insana e a mente traiçoeira daquele
Que sabe apenas causar dor e desgraça – O homem amargo que reside
Em suas próprias idéias malucas e também nos transcritos filosóficos.
O seu grande e mais importante erro é: Se achar um deus ou simplesmente, imaginar que poderia ganhar um alguém difícil e totalmente diferente, somente com palavras e com a matéria
– Dever-se-á crescer muito e nascer novamente para aprender a lidar com uma verdadeira divindade e ou com a face de um único Deus soberano.
Nesse momento, seu coração deverá parar, será jogado feito traça mundana nos dias de sonhos alheios e enfim, a esperança de você ser um alguém decente, chegará.
Terá longos beijos verdadeiros, sonhos confabulados serão reais, o medo desaparecerá e a frase que sempre ouvirá clamando por ti ressoará por longos anos – Eu não posso viver com você.

Mauri Zeürgo


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um vôo de liberdade (14/06/2011)


Jamais dormirei junto aos deuses, essa é a ordem geral da vida e dos fatos que se seguem.
Ponderar-me somente a aquilo que me faz real ao mundo e à vida lúcida a que venho tendo, desde que me tornei mais homem e menos animal. Nos momentos inoportunos, surgem olhares, bocas e degustações visuais, tudo resultado da lábia visual tua e dos esbarrões sem espontaneidade alguma. Nenhum ser está ileso às controvérsias mundanas que sucumbem no final de uma cama bem utilizada e de um grito, gemido e ou sussurro bem entoados. Mas, tenho comigo a certeza que é sempre dos homens que pensam e maquinam sempre: Um alguém é sempre especial, é sempre único e jamais pode ser substituído, enquanto houver traços de sua essência nos vãos e fendas dessa grande máquina aleatória de prazeres e aventuras terrenas que se chama coração. Ele nos engana, ele nos ilude, ele nos estraga a fundo e faz-nos pensar na maioria das vezes, que estamos apaixonados, levemente enamorados ou simplesmente levados pelo gostinho de um primeiro encontro, sendo este único e primoroso.
Esquecemos de alguns fatos, quando em noites frias, somos cobertos pelo manto negro da solidão e pelo ecoar do som vazio nos cantos inertes do espaço nosso, aquele mesmo espaço vazio que surge como tenda dos falsos amores que compreendem os ardores do corpo e da alma – O que a língua não fala, a mente guarda e planta feito  raiz seca, cheia de um silêncio catastrófico e finalmente assusta apenas aos seres que jamais amaram de verdade, criando um arrepiar pela epiderme, como um tiro que saíra pela culatra e ricocheteou pelo corpo todo, deixando rastros na mente,  no corpo e na alma, tornando-os solúveis e sem utilidade alguma.
Quanto ao vento que o assusta tanto e que move suas angústias, trazendo a brisa calma e suave, lembre-se somente dele, tão somente daquilo que tortura os grandes redemoinhos da vida e acama os seus dias de perdas emocionais e raras. Grandes perdas dá-nos aquilo que sempre sonhamos, sempre almejamos e jamais temos pelos caminhos fáceis – Um vôo de liberdade com o mais puro gosto do sucesso e do eterno prazer pela vida.

Por: Mauri Zeurgo

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...