segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Ao meu pai, com amor... (13/08/2019)

Ao meu pai, com amor

“... Que nesse longo caminho a saudade perpetue e finque nos solos de nossos corações aquela bandeira de alegria que um dia você meu pai, lançou sobre todos nós;

Na realidade mais que solvente, que dilacera nossa alma de tanta dor propensa ao abismo, vemos sua partida como um chamado de Deus, mesmo que tenhamos nem acreditado, sabemos que a dor agora é nossa e apenas nossa;

Sabe-se que a saudade de lá é a mesma de cá e que tudo não passa de uma brincadeira do tempo enfim – Ele quem decide a hora certa de estarmos juntos novamente;

Com amor, declaro toda a minha admiração e respeito ao senhor, que junto de minha amada mãe me deram a vida;

Sinto saudade daquele teu cheiro de graxa, das suas botas de mecânico entrando pela casa e sujando todo o chão, enquanto minha mãe reclamava e você ria e ainda fazia piadas;

Sentimos vontade de te ter aqui de volta, borrando os copos com as mãos lavadas de óleo de carro, assoviando alto pelos cantos e numa afinação que era somente tua, fazia até mesmo os próprios passarinhos se enganarem, pensando ser mais um do bando deles;

Ah meu pai, quanta saudade deixou nesse mundinho que não lhe cabia mais – tantos amigos, compadres e comadres, filhos e filhas, netos e netas, irmãos e irmãs, nossa mãe, euzinho... Seu Maurizinho que tanto acordava pela manhã, puxando meus dedos dos pés pela cabeceira da cama... Só pra fazer graça;

Tanta saudade meu pai e tanto deixei de lhe mostrar e demonstrar para maiores orgulhos;

Ensinou-me muito e eu, o que lhe demonstrei se nem tive o tempo certo ao seu lado...

Saiba meu pai, enquanto essa saudade existir, sua imagem será lembrança eterna em meu coração e sempre que eu puder, irei assobiar o mais afinado possível para estar ao seu lado, mesmo que na distância etérea na qual Deus nos colocou desde a sua partida.

Sendo ainda breve, lembro que adorava meus bolos, mesmo que ficassem ruins, mas sei que aprovava (rsrsrs)...

E agora é chegada a hora de cessar, fico por aqui nesse ínterim vicioso que é falar de meu amor e da saudade que sinto de ti meu pai.

Olhe por todos nós ai de cima e manda um assobio lá do alto, mas daqueles bem afinados...!


Com amor, seu filho Mauri (Poxoxó do papai)

Por Màuri Zeurgo (13/08/2019)



quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Enxame

"Súbita a morte que logo vem de cima a baixo, rompendo as correntes de liberdade do ser. Somos assim elevados à leveza do mundo, escarnecendo a face, deixando ossos pré-moldados sob a concepção híbrida da pele nossa."

Dizem que as maiores dores das pessoas está na hora da partida, na angústia da saudade, no desespero das piores aflições, mas o fato irregular e inconsciente é a troca de valores entre corpo e alma, coração e mente. Obstáculos que o homem, enquanto sóbrio, desconhece e se afasta enquanto perde-se-à fora da realidade utópica que o trouxe ao mundo;

Deveras místico, obsoleto, fantasmagórico e surreal são os interins de todo o momento. Seja triste, feliz, apático, empático, rude, contraditório e até mesmo senil. O que há para entender dentro desse atender de emoções cíclicas e redundantes, se o puro prazer de ser é apenas vivenciar feito enxame de abelhas por cima das flores mais doces;

Desceremos um dia então, lenta e calmamente por essas horas, degrau a degrau, embainhando nossas lâminas forjadas no metal mais pobre e enferrujado que se chama amor;

Onde está Eros, Afrodite, Freya ou o próprio Cupido, se o amor não vos fala mais?
Como decorrente de tantas falácias, somos culpados por carregar muito em nossos peitos, corações e mentes;

Tantas emoções, tantos corações e feições e tu tens que se apegar apenas ao meu. A vida de fato é injusta e dura, mas enquanto templários, detentores da armadura e da espada, somos unos e preferimos ficar ao lado da emoção e não dá razão. O mesmo que o atrai até meus braços é a razão continua de eu estar aqui, declarando tal ponto de vista, oscilando entre razões e emoções e deleitando seus olhos na escrita rude, áspera e nada acadêmica;

Dentre tantos corpos no universo, apenas o meu tem sido celeste em sua galáxia de suores, lágrimas, sorrisos e tato. Mas lembre sempre que antes mesmo do meu primeiro suspirar, existiu dentro de ti a razão de ser anjo;

Voe anjo, voe larga e longamente aos céus, inteirando-se às nuvens que à ti pertence por hoje e por toda a eternidade enquanto lembrar de mim...


Por Màuri Zeurgo

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...