domingo, 15 de fevereiro de 2015

Gradus Ad Parnasium 'Passos Para O Paraíso (14.05.2015)

É mais um dia como qualquer outro que a vida nos proporciona, uma chuva verticalizada, imponente e majestosa cai entre os prédios dessa grande metrópole de pedra, fria, gélida, ruidosa e turbulenta, escoando por entre suas ruas e avenidas, cortando-a como veias e vias viajam pelo corpo humano, levando vida a quem precise dela.
Pessoas cruzam a grande selva cinza de pedra e cimento que denotam e memorizam as cinzas dos finados seres pálidos e que povoam suas calçadas e sem ao menos notar quem ou o que está a sua volta, ignorando por completo as sombras daqueles que ali transitam de um lado a outro, regidos por um constante “ziguezague”  em que suas formas e linhas vão dando forma alternadas entre si a ângulos salientes numa sinuosidade perfeita e complexa.
Enquanto os olhares se cruzam tão rapidamente, mal há tempo de saber ou definir qual  a cor real daqueles tão lindos olhos e nem o formato de tão belas faces. Esbarrões acontecem a todo o momento e a pressa pela busca de um objetivo ainda não definido tira de cena um simples pedido de desculpas.
A verticalização dessa floresta opaca e sem vida aparente, revive a idéia de uma jaula de emoções na qual estamos todos presos a ela. Nas peripécias da malícia comensurada e proporcional aos sentidos, estão os bons modos e a cada maneira breve de se mostrar interessado ao intelecto apreensivo dos desejos, e para isso, dependerá da forma como cada um se vê e de como enxerga-se o outro.
A verdadeira explosão da busca incansável e ao mesmo tempo obsoleta pela deidade etérea e racional, está acoplada aos olhares atentos de todos os passantes das ruas e vielas desse inferno unilateral onde vivemos e vivenciamos a falta do caráter humano e com a falta do verdadeiro amor.
E nesse ínterim, encontram-se os amantes da verdade, os apaixonados da praça que vêem atentos a cada um de seus passos, olhares, respiros, palavras e sussurros. Os amantes jovens que buscam e anseiam pelas carícias um do outro, que passeiam calmamente dentre os leões e hienas verticalizados e alienados pela sociedade. Esses amantes que são donos de tudo, das árvores, das pontes, dos rios, do céu, do sol e da única e intrínseca vontade de serem deles mesmos, deixando de lado as crueldades, as ilusões e a falta de caráter dos bandidos de terno e gravata que roubam a cena com mentiras e enganações.
Dentre tantas sombras nesse inferno cinzento de buscas e esbarrões, existe o verdadeiro sentimento que luta pela sobrevivência com tantos nomes e sobrenomes – Sejam eles Parnasium, Parnassum, Parnasus, Paradisum, Paradise, Paraíso, tanto faz – Pois tantos títulos e independente deles ou não, ambos os amantes vivem em busca da longevidade amorosa e única, não buscam rótulos e sabem que o único caminho que os levará rumo ao paraíso de Venus está aos olhos não de Eros, mas sim de Deus e poderão viver o amor, puro, leve, verdadeiro e seguirem com seus “Gradus ad Parnasium” ou passos rumo ao paraíso de pedra apenas deles, tão somente deles...


By: Francis Souza & Mauri Zeurgo

Coração Sem Luz – Longevidade (14.04.2015)


Como alcançar a longevidade – Sempre acreditei que ninguém soubesse o verdadeiro segredo da longevidade, nenhum homem ou mulher na terra, viveu eternamente. Mesmo que a longevidade não se aplique a imortalidade ou a eternidade, sabemos que todo ser humano tem uma deidade dentro de si e que o conhecimento é base para a formação humana como um todo.
O segredo maior poderia ser encontrado em outras culturas, assim como a chinesa, japonesa e até mesmo na grega ou egípcia. Tomo como exemplo uma experiência minha ao lado de uma pessoa especial em minha vida – Numa manhã de sábado, estávamos numa pequena loja de artefatos chineses e nos deparamos com um amuleto em forma de tartaruga, questionamos qual a razão e o motivo de uma cultura tão rica se apegar à imagem de um animal tão pequeno e não muito divulgado dentro de outras culturas como forma de algo bom.
A vendedora estava lá – Uma senhorinha de estatura pequena e encurvada, traços gentis e com semblante muito calmo. Eu a chamei e perguntei a ela:
- Minha senhora, pode me dizer qual o significado dessa imagem...¿
- E apontei para o amuleto da tartaruga.
Com a voz extremamente calma e baixa ela respondeu:
- Sim, longevidade, vida longa e plena. Tartaruga é um símbolo de saúde também.
Olhando aquela senhora que aparentava pelo menos uns 70 ou 80 anos, eu percebi que tudo aquilo fazia sentido e que não é o amuleto, chaveiro ou acessório que fará com que vivamos muitos anos, mas sim a paciência e a calma. O amuleto com imagem de uma tartaruga serve apenas para nos lembrar do quanto a longevidade necessita de nós mesmos.
Portanto, se quer chegar a longevidade com saúde e força, aprenda a viver primeiro com a calmaria, a paciência e a gentileza de nós mesmos.


Mauri  Zeurgo

Coração Sem Luz – Máscaras Da Vida (14.03.2015)

Ao passar do tempo notamos a vida feito um grandioso teatro de máscaras – Sorrisos, lágrimas, gritos, sussurros, o medo e a coragem . Nessa pausa pela vida, recebemos como prêmio o gracejo comum dos arlequins e as lágrimas constantes de mais um palhaço triste num circo sem graça, onde o seu número não constante jamais evolui dentre mil risos.
Tiramos dele a vida enquanto ele nos dá um motivo pra sorrir e viver. Uma troca injusta aos olhos do mundo, porém, necessária na profundidade do ego humano.
De um festejo de carnaval ao picadeiro de um circo, tomamos a forma de um comediante mascarado, de um circense animado, de um ator cômico e até mesmo do próprio palhacinho melancólico, mas por dentro continuamos nós mesmos, com nossas vantagens inseguras, vontades nunca saciadas, com nossas cores que desbotam, com nosso brilho que se opaca e com nossa vida que se vai ao toque dos sinos e ao cortar da grande foice da verdade.
Viver e nunca se opor aos custeios nessa grade de marionetes humanos e animais, seria o mesmo que se auto-flagelar dentro de uma cruz de vidro atrás da porta da igreja. Ao fim de tudo somos apenas a madeira dos bonecos, servindo ao criador e ao mestre dos brinquedos da forma como viemos ao mundo. – Secos, trincados, exonerados de nosso cargo humano para convir com aquilo que nos submete ao anseios da sociedade e que nos forma um borrão num quadro de nanquim feito pelas mãos de um artista qualquer, sem fantasias, sem maquiagens e sem máscaras.
Na veracidade dessa contração motora, encontramo-nos ali, no fundo do salão de arte, embebidos da tinta fresca, em tons de azul anil, branco alvo, amarelo ouro e verde da nação a qual pertencemos, a nacionalidade que nos veste as roupas velhas e as máscaras da vida é a mesma que nos torna parte de uma cultura rica e ao mesmo tempo inútil, levando-nos a aceitação do título de Reis Momos desse castelo de pedra cinza a qual damos o nome de cidade – a morada de todos nós.
Por trás das máscaras da vida, esvaiam-se nossos olhares chorosos ao fim do espetáculo e com a partida do palhaço que sufocado com a serpentina em fim de carnaval e ao ouvir o sorriso nosso, descia ele no lago fúnebre, aos aplausos da platéia e assim, acabava mais um ato de bravura na sua última partida, em seu último adeus.


Mauri Zeurgo

Coração Sem Luz - Terra Firme (14.02.2015)

"Deus move as pedras da forma correta em terrenos planos ou não. Basta o seu coração estar no caminho certo para sentir o tremor da terra..."
Perante Deus, somos pedras de tamanhos, formas, pesos e direcionamentos diferentes, mas aos olhos Dele somos os mesmos no quesito jornada pela vida.
O Criador sabe de todas as coisas e de tudo sobre nós, Ele nos movimenta como pedras num longo terreno a qual damos o nome de vida.
Cada qual com problemas e rotinas diferentes, formas e resoluções complexas e únicas, mas ao mesmo tempo, se pararmos pra pensar, Deus nos une e nos separa da forma certa e no tempo ideal aos seus olhos.
Em nosso meio, deparamos com pessoas, amizades e amores sem dar atenção a nós mesmos, somos colocados numa jaula com leões e tigres, mas sabendo evoluir suas táticas de comprometimento, transformamos essas feras em lindos gatos siameses que nos suprem da carência, da falta de atenção, do amor que nos preenche a tal ponto que achamos ter a vida ganha e pensamos estar completos até o momento de uma grande decepção.
As inquietudes do coração dão vazão aos pensamentos infiéis e insuláveis que faz num único bater gerar muitos amores, tornando assim o amor infiel, adúltero e infantil em casos extremos ou de puro interesse carnal, físico e até mesmo material.
Ao pensar num sentimento tão doce, puro, servil e bajulador, poderíamos pensar somente em algo feito de cristal, algo intocável e inquebrável. Mas, nada disso se faz jus dentro daquele peito cruel e seco, que nada mais vê à sua frente, senão a bonança das riquezas e do reconhecimento.
Ao afirmar que Deus sabe o que faz, tomo consciência plena de que tudo na vida é um ensinamento senil e que precisamos de tempo para que nosso intelecto e capacidades mentais sejam afetados com o avanço da nossa trajetória em nosso curso natural de vida. E ao pisar em terra firme, devemos saber que nosso objetivo é traçado e basta encontrar-se com o destino para que realmente enxerguemos quem somos e com quem andamos.
Para cada falso amor, uma palavra sincera entre milhões de mentiras e traições é jogada ao vento, trazendo-nos a verdade e a intenção real do grande lobo negro, que feito o breu da noite nos cobre com seu manto escuro e garras longas e afiadas, tirando de nós o brilho, o sorriso, o carisma e até mesmo a própria vida.
Lançados ao abismo, somente Ele nos salvará e punirá o gigantesco animal das sombras, nos trazendo assim, uma nova etapa em nossas vidas, um novo sorriso, um novo abraço e um novo amor, eterno e único.


Mauri Zeurgo

Coração Sem Luz – A Opera Da Alma (14.01.2015)

Por trás do veludo em felpos escarlates e a espera de um refúgio diante a escuridão, ali está ele – Doce e silencioso, em tons alvos e delineados pela doçura e leveza em que a vida o esculpiu e o transformara em um diamante de peso silencioso, assim como uma pluma que se lança sob o algodão feito de nuvens nimbos, dotada de uma brancura infinita e de um valor tão encarnado no peito que nem mesmo o mais belo tesouro poderia comprar e nem alcançar.
À espreita da escuridão encontra-se o refúgio teu e no mais profundo canal cardíaco das emoções viris, submete-se aos desejos do grande gigante vermelho que apresenta-nos a vida em forma das batidas de seus tambores, assim como os badalos dos sinos que regem as missas e até mesmo como a fumaça que escolhe um novo líder religioso.
Por longas horas vivera ele ali, fingindo a invencibilidade e sempre forjando a inquebrável cúpula ungida de uma força tamanha que emanara por eternos minutos e sofríveis segundos apenas para a sua proteção. Escudando-se dos grandiosos medos da vida e dos problemas maiores que ao longo do caminho cruzaram seus passos.
Ao decorrer de um inóspito relógio e de carrascos ponteiros, viver-se-á a loucura de um dia único em sua vida. Nem mesmo as mais belas notas musicais nas canções inebriantes e ao mesmo tempo frágeis, trarão de volta o sorriso de um novo nascimento daquele que há muito tempo optara por se enredar na grande teia da vida, na qual o veneno amargo da viúva negra dos séculos o fará dormir por eternos sonos.
Sua liberdade é chegada e como um raio de luz sob o cortejo fúnebre de uma inquietante opera da alma e diante o trono daquele único Imperador dos tempos escoasse o sangue em líquido rubro e quente para que seja aos olhos noturnos o momento do fim.
Os batimentos aumentam conforme a inquietude da imensa “via corpuris” que libera o medo e a réstia animal, embocando ainda mais a corrente férrea feita de roseira que corta os seus medos, penetrando a carne e fazendo assim despejar na caldeira de ossos desumanos o nosso resto de pureza. Nesse momento, a chance de vingança na grande roda que nunca para se apresenta com tamanha maestria e crueldade.
O terror se desenvolve com a perda de fé e o horror de dá início e novamente perde-se pela luz e sua fuga se queima perante a história. Uma alma atormentada, traída pelas páginas de seu próprio ato teatral - “En garde, attendre le bon moment pour attaquer et aller pour ce tunnel de la victoire!”
Anseio saber onde está a salvação, onde está à liberdade e o desejo de aplaudir mais uma vez esse coração de luz que nos leva pelos caminhos incertos nessa relva de assentos senis e sádicos.
 E quanto aos olhares que poluem a imagem do mais belo contexto, mostrando-nos que somos a parte podre da humanidade que se vende facilmente e por tão pouco nessa guerra de luxúria e prazer somos designados aos pés do pecado, servindo, amando e morrendo por falta de amor.
Depois de tanto lutar, voltamos aqui, nesse buraco escuro e fundo chamado de ralo do universo e até mesmo de palco das emoções, perdidos em mais um ato inesperado de ilusões - Decepções estas que de tanto sonharmos, morremos um pouco mais a cada dia;
Cansados de sofrer e sem resultados plausíveis, desejamos desaparecer mundo a fora e jamais ser encontrados, numa viagem obscura, obsoleta e infinita, assim como uma bela canção de luz, uma fria opera da alma e numa só poesia – Seca, triste e sem sentimento;
Fazendo-nos assim habitar um coração sem luz e distante do brilho do sol, do anil dos céus e até mesmo das batidas do coração. O mesmo que se encontra nesse momento inerte, sem vida e apenas com um pulsar lento, assim como os uivos de um lobo numa noite de ventos e assobios infelizes...


Por Mauri Zeurgo

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...