domingo, 25 de dezembro de 2011

Folhas de Dezembro


Tão longe de casa e tão perto do amor meu. Eis que descubro diferentes formas de amar e redescobrir o amor, feito uma alusão mundana em meio a tanto verde e diante a ardência dos erros cometidos.
Sentimentos de orgulho prevalecem, mas, uma única comunicação mostra-nos como podemos ser amados ainda mais sob a distância dos dias que se seguem.
Um turbilhão de emoções tornam a reviravolta dentro da mente e o corpo não aguenta e dilata pelas vias. Ao rolar da primeira lágrima, lembro-me que quando falta um irmão, tenho um amigo, ou melhor, muitos amigos a minha volta, quando falta a mãe, tenho o abraço da outra mãe ao lado, cevada na maior proeza da vida – Chegar a mais alta idade e ainda manter hábitos da juventude, sorrindo feito criança e alegrando aos jovens que precisam de maturidade. Quando me falta o sorriso de alegria, vem a sensação de felicidade por estar rodeado pelos peões desse complexo xadrez chamado “montes gerais”.
A saudade aperta a cada minuto que sucede e a todo o momento me tenho um “insight” mostrando o quanto a vida pode ser doce e amarga ao mesmo tempo.
Nos confins internos da mente, a colisão é sempre maior, pois o que realmente conta é a validez das palavras, a imensidão dos desejos e o suor fresco do prazer matinal que sucumbe pelo silêncio que faz o ser deliciar-se pelo gozo único de estar apaixonado.
As mãos entrelaçadas logo de manhã, as cabeças fervendo com vontades e os territórios baixos levemente umidificados pela lubrificação prazerosa do querer e do sentir da epiderme, tornando ainda mais gostosa a aventura dos amantes. Esse vai e vem dos quadris e a deliciosa investida contra o pequeno corpo, faz os lençóis serem cúmplices da insensatez de ambos.
Tão distante, mas tão perto...vejo a cada manhã, no grande triângulo dos sotaques, cores e diversos sabores que confundem com o mais belo pôr-do-sol, esse nunca visto em minha terra ou em qualquer outro canto do planeta.
Tudo me sacia - a comida, a agua, as bebidas, as pimentas, as tardes, noites, manhãs, simplesmente tudo me dá força, cria-me o gás para manter-me acordado pelos instantes seguros e inseguros também.
Sei que voltarei e a saudade de lá, será a saudade daqui - os braços da nova mãe, as gargalhadas dos novos amigos e irmãos e a lembrança intrínseca ao cair da primeira folha de Dezembro. E nesse ínterim será revelado sempre que ainda existe esse amor pela vida, sempre enquanto esse pequeno coração bater, sempre enquanto a força desse nome resistir dentro de mim...

(Por Mauri Zeürgo ‘25\12\2011)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Segundo Enigma

"Sou o elo entre o medo e a coragem. Sou o teto desgastado da chuva mundana. Tenho em mim a dor e a delícia de ser o que sou. Pobre homem não sabe que és tão útil aos prazeres da vida. Sou o pecado em forma de anjo, sou a vida descontinuada através das horas incessantes.
Manhãs, tardes e noites infindáveis denotam o que sou. Meu ser é mera sombra de mim mesmo, ejaculando pelos anais dessa mesma historia que é contada sempre e sempre e jamais tem um rumo ou final plausível.
Minhas várias faces e formas foram criadas através dos anos que sucederam. Já chorei rios de lágrimas, inundei todas as minhas mais puras e insensatas emoções, percorri os mais árduos caminhos até aqui e por fim, estacionei nas minhas esperanças que ainda persistem em durar longos dias.
Sou a voz do coração, numa carta aberta ao mundo, sou o espelho esperançoso com sentimentos tão profundos. Vivo até aqui para poder citar a existência minha e tua também. Minha paixão pelas coisas do mundo me traz sempre a realidade profunda como um eco que acaba jamais.
Sou o Narciso e também o Minotauro, sou o ogro e o feiticeiro, o homem mortal e também o semi-deus, sou tudo e nada e no fim, dá-se a linha última para o bonde que volta jamais. Somos todos iguais, sou eu, você, ele, ela...enfim, partilhamos da mesma incógnita e regorjeamos para o mesmo abismo.
Através das idéias inferidas como fruto da vida, diga-me: Quem sou eu e para onde vou?

(Sou Mauri Zeürgo e esse é o meu mundo - Bem Vindos...)

domingo, 13 de novembro de 2011

Abaixo Daquela Árvore (Mauri Zeürgo)


E o começo fora lá, abaixo daquela árvore...

Relutando contra o abraço que duraria anos, recusei os braços teus, emudeci ao efeito do olhar caído e envergonhado. A prosa duraria menos de alguns minutos, mas, entre a persistência tua, calei-me pela vergonha e indelicadeza em pedir para ir embora. Seus olhos tão tristes animaram-me, fazendo-me ficar. Tua pele era seca e marcada pelo tempo e também pelas dores da vida urbana a que se submetera. Eu tão puro, inocente e você – tenso demais, mas ainda assim com a malícia do jovem da grande cidade. O destino estava prestes a unir a liberdade minha à paixão tua – o sentimento que nascia aos olhos teus fora a perdição do corpo meu. Sentimo-nos livres para amar aos dias que se passaram com a quebra do gelo e com a aparição daquela estranha e cega paixão a qual vivenciamos por muito tempo...

Abaixo daquela árvore o amor ficara cego,         
Abaixo daquela árvore os segredos voltaram à caixinha no canto da sala,
Abaixo daquela árvore os olhos se encontraram,
Abaixo daquela árvore os lábios secaram,
Abaixo daquela árvore a vida perdia o seu rumo,
Abaixo daquela árvore os jovens apaixonaram-se,
Abaixo daquela árvore o início era o fim
E abaixo daquela árvore, a vida terminara ali...
Inerte, fúnebre, seca, tímida, e sem sentido
Mas, sempre e sempre lembraremo-nos do
Primeiro e verdadeiro sorriso, abaixo daquela árvore...

Mauri Zeürgo (14/11/2011 – 01h30min)

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Aves Negras (14/09/2011)


"Seguem as aves negras num fluxo contínuo e sem fim. Navegam seus corpos pela linha tênue e incansável por entre a cristalidade das águas turvas e ao mesmo tempo brilhosas. Seguem elas, rumo ao antro que jamais termina, um campo único e retórico com as mesmas faces, pedras e ao sol escandante de um Domingo interminável e cansativo. E assim, fez-se o sentido da vida em mais um final de semana que foge da mesmice dos dias iguais, tão iguais"

Mauri Zeurgo

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Sistema e a Sociedade (Mauri Zeürgo)


O Sistema e a Sociedade (05 De Setembro de 2011)
O desenvolver do sistema "sociedade", necessita sim dos sistemas "vida" e
"consciência". Porém, a demanda cítrica que corrói os anais da sociedade
moderna ao longo dos anos, espelha sempre o âmbito social em todas as suas
ações. Se Türcke citara Niklas Luhmann, com os sistemas como sendo um padrão
para a Época, pode-se dizer que hoje ele está errado, pois as pessoas do
 “hoje em dia", são devotos aos mecanismos de comunicação, fazendo assim
gerar em pauta, situações diversas e divergentes, assim como seus
sentimentos. De que nos adianta existirem regras e normas para a sociedade,
vida e consciência, se muitas vezes, nem nós mesmos agimos da forma adequada
para os padrões?
Certa vez um grande filósofo e pensador citara a situação do ser humano como
crítica, baseando-se na dinâmica de seu corpo e na divisão do mesmo:

O corpo humano é dividido em três partes: Cabeça/Mente - Responsável pelas
lembranças, memórias e a parte racional do ser; Tórax/Abdome - Responsável
pelas sensações de medo, angústias, adrenalinas e pura felicidade; E as
partes dos territórios baixos, Coxas/Virilhas/Órgãos genitais, que por sua
vez, responsáveis pelas sensações de prazer, desejo e calor sexual, emanando
um louco desejo pelas delícias do mundo. De certo, assim como a sociedade
hoje, nosso corpo corresponde com aquilo que temos, aquilo que vemos e
sentimos. Fato consumado dizer que a vida depende mais da sociedade que a
sociedade dela. Acreditar num ponto de consciência como sendo verídica a
afirmação: "Sou ser de carne, corpo, alma, vida e sociedade"; é o mesmo que
dizer que não se vive pelos meios comuns da sociedade e vida (homem nasce,
cresce, fortalece, cresce profissionalmente e morre), mas sim pelos meios
comuns de cada pessoa que por si apenas, procuram crescer à custa dos
menos favorecidos e ou pisando em altos degraus sem saber onde está indo e
também correndo atrás e fazendo acontecer da melhor forma em que seu talento
se encaixe. Fazendo de cada sociedade diferente entre si, mas igual em todos
os quesitos citados acima.

 “O homem cresce para voltar à juventude e surge para nascer de novo.”


Mauri Zeürgo

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

"O Grande Livro Aberto - Mauri Zeürgo"

Assim como a Filosofia, temos diversas maneiras de lidar com a vida e de reinventar as muitas estórias que compreendem todo o nosso mundo. Cada qual com seus contos, gírias, sotaques, dores, alegrias e sofrimentos. Acreditar-se-á nas belezas mundanas, nas noites insanas e incompreensíveis do universo ao nosso redor, porém, o que mata é a saudade, o ciúme corriqueiro, a vastidão de sentimentos que penetram a pele, feito lâmina que açoita a carne e fere a alma. Como um ser, dotado de tanto conhecimento pode se jogar às aventuras derradeiras da vida fácil, tendo em mãos um dos maiores tesouros já conquistados em terras distantes? A longitude em que se chegou nessa vivência, não mais sobreviverá através dos tempos, dos dias, tardes e noites retilíneos às conformidades dos horários nobres, dos pontos sem retorno e das águas passadas. Assim como a água quente de um caffè que ao atravessar as barreiras do resistente “papel-coador”, chega mais forte e não mais pura, mas com outra cor, outro aroma, outras finalidades. Somos levados ao âmago da questão: Para que alimentar um amor e uma vida a dois, se no fim de tudo, somos encantados com outras tentações? Pergunta sem fins, sem meios, sem nexo, sem nada a perguntar, mas com tudo em torno de nós, que somos os causadores de tamanho alarde.
Numa relação deve existir o “nós dois”, nunca um “futuro a pensar por um apenas”. A credibilidade com que chegam as palavras a mim, faz tocar o sino que havia ficado abaixo da madeira velha e podre, criando um som diferente, um toque silencioso, não mais deixando-me ouvir as verdades. Ser fiel e jamais ser “do mundo”, amores existem, basta esperar nesse grande banco da paciência “burra” e “tola” dos seres humanos.
Hoje, sou uma carta aberta ao mundo e sempre cheia de emoções, apaixono-me e encanto-me pelo lado errado e cruel do ser humano. Há dias assim, sou deixado de lado e fico tão só, a espera de um alguém real que se contente e se satisfaça comigo, apenas com meu amor, com minha vida, meus braços e abraços, meus carinhos e minhas carícias, meus beijos doces e meu terno amor. Quantos erram em amar tanto e tanto e no fim de tudo, a convivência torna-se a piada do século, o assunto de uma mesa de bar, o elo entre o paciente e o analista e as piadas entre rodas de amigos. O ser humano ainda não aprendeu a amar corretamente. O amor tornou-se motivo de chacota, amar é para poucos e para muitos também, mas é minoria que se torna o motivo de orgulhar-se e dizer que ama-se alguém e tem algo especial a dividir com o escolhido, o prometido, a alma gêmea, a cara-metade e ou a tampa da nossa panela.
Aos desavisados que caminham por essas terras cheias de mau agouro e que acham saber  o que é o amor, saibam agora que – Sou aquele grande livro cheio de emoções, tenho minhas páginas abertas ao mundo, aos sete mares e aos quatro cantos do planeta. Jamais deixo de demonstrar meu afeto aos que precisam de amor, só nunca deixe esse sentimento tão lindo padecer nos anais incógnitos da história. Se tiveres um amor, dê valor; se um sorriso dê uma gargalhada; se tens, não tema. Estarei aqui, agora e sempre, ejaculando essa arte adolescente ao mundo viril e infiel de homens e mulheres, que se tornam animais pelo gosto lúdico de poderem fazer parte do mesmo grupo de tantos outros que se trancam na caixa da fantasia e esquecem-se da vida real, deixando o ser humano belo, maravilhoso e único que temos dentro de nós, falecer. A casca do ser humano é menor ainda quando deixa resquícios de sua vida passada interferir o presente.  Minhas páginas se fecharam agora – Foi o vento me avisando que: Dever-se-á da vida bandida aproveitar, enquanto se pode, mas quando tiveres um alguém, apenas dê valor.


Mauri Zeürgo (31/08/2011 – 18:00)

domingo, 21 de agosto de 2011

“Entre Amigos – Mauri Zeürgo”


“O que encobre a transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os grandes amigos.”
Provérbios 17:9
A veracidade de um sorriso contínuo, a felicidade na face daquele que retorna e o bom grado daquele que recebe o quase já desaparecido que surge feito mágica, são todos fatos consumados das ironias do destino, que mesmo com a partida de bens tão queridos, ficam sempre as lembranças, as piadas, os versos e a vontade de vê-los novamente e o anseio de dizer tudo aquilo que não fomos capazes. Mas, na ausência crua daqueles que partiram, soam os sinos da memória - a lasca de madeira que ronda os ramos mais firmes e as folhagens mais verdes de uma vida toda, deixando pra trás os grandes e os pequenos, os velhos e os jovens, os adultos e as crianças, os putos e as putas, as pequenas e grandes formigas que conquistamos com todo o doce do nosso mais puro açúcar e na nossa mais tênue doçura.
Milhares de pessoas chegam às nossas vidas e deixam apenas um rastro de sua breve presença, mas, poucas são aquelas que deixam-nos as grandes marcas e o maior vazio que ecoa enquanto houver a saudade.
Assim, a vida ensina, mata, fere, logra, torna-nos ímpios, céticos, egoístas e ao mesmo tempo, torna-nos mais humanos e sensíveis a causa. Uma dor é sempre uma dor, porém, enquanto existir o sentimento puro e verdadeiro, sempre existirá o martírio verdadeiro e sincero daqueles que por aqui ficam.
Tratar com saudosismo a ausência de um outrem com um grande nome é o mesmo que manter a essência viva da mesma pessoa querida que se fora para um Melhor Plano e ainda hoje, viaja e vem até nós para manter-nos ligados uns aos outros, forçando aquele laço imune da amizade, deixando-o mais gostoso, vivo e imbatível.
Do lado de lá, enxergar-se-á os resquícios em memória de uma grande mulher - O saltitar de emoção ao citar seu nome, a delicadeza da vaidade simples, o pranto sincero ao derramar a primeira lágrima, a atenção de outrem ao redor e o imbatível escudo das grandes damas de ferro e dos cavalheiros de ouro, que surgem para acalentar, sugerir, questionar, animar e nunca, mas nunca deixar a “grande peteca da vida” cair.
Perder um alguém é ficar sem chão, ver o mesmo sol que brilhava tanto, ao longo de dias e dias ir perdendo sua luz, sumindo... Sumindo, até desaparecer por completo, restando apenas os inúmeros adjetivos e incansáveis elogios que descreviam uma pessoa tão querida.
A mesa da lembrança, o fio da vida, e a última imagem fora o objeto a qual se apegaram e se esqueceram de um único fato “viril e funcional” – Estar-se-à ao lado dos grandes amigos enquanto houver a memória, a lembrança e o desejo de encontrarmo-nos num novo amanhecer...

Mauri Zeürgo (21/08/2011 – 14:00)



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Succubae, Succuba, Succubus, Inccubus... (14/11/2011)


A sensualidade minha fora resultado dos apelos teus. Sou o nada que num simples toque, se transformou em tudo. Meus desejos por ti foram os melhores e mais insanos, mais profanos e mais angelicais também. Como as quinze velas de um ritual todo nosso, fui luz em sua vida e também escuridão. Nossa trama sexual deve-se a invasão daquele sentimento que nos enganou – a paixão ardente. O mesmo sentimento tornou-nos escravos do prazer do corpo, enquanto a alma adormecia nos campos Elíseos na companhia das Graças, das Horas, das Ninfas e dos Sátiros. Esse pequeno e ao mesmo tempo grandioso grupo de seres mundanos, deu-nos o livre arbítrio em troca da alma nossa. Alimentamo-nos da energia vital um do outro, roubamos sonhos e sonos, apenas para dar força a succubi de anjos-demônios que atormentam nossas vidas e nossos planos celestiais também.
Fui um ser detentor de uma sedutora beleza, portador da voz mais bela e do canto, que mesmo sem entonação, tornou-se único e invejável. Eu o atraí até minhas asas de morcego, drenando suas energias, sugando seu sangue, escarnecendo sua carne, pois tu foras tão tolo e fraco, tornando-se fácil e frágil demais, isso facilitou meu acesso aos dias teus. Saiba homem, presas fáceis não são dignas de pena e muito menos do amor meu. Durante anos, procurou apenas o que queria e não aquilo que o fazia se sentir bem, por isso, tornou-se um ser sujo em um mundo infiel.
Meu perfume exalar-se-á por todo um deserto que é seu quarto nesse momento e somente isso será a minha presença pra ti. Pois, nesse agora, você é aquele homem perdido nas idéias sem compreensão e sujeito a outros demônios, mas não outro como eu fui em sua vida. Dei-te amor, calor, o melhor sexo com carinho, a melhor transpiração, os melhores beijos molhados e o melhor em mim: Eu o deixei me tocar, sendo meu homem, minha barreira contra os impuros, meu porto-seguro e a grande muralha que me escondia do mundo sujo. Sinto ainda o soluçar teu, causado pelas lágrimas cristalinas do dia em que ameacei sair pela “porta”.
Ah, aquele momento me alimentou tanto e tanto que fui obrigado a ficar ali, para hoje poder dizer o quanto você errou ao implorar que eu ficasse mais. Saiba meu caro homem, não se pede nada a um demônio e muito menos ao Inccubus que planeja sensualizar, excitando aos prazeres dos sentidos e respirando lentamente ao apelo visual todo nosso.
O que quero? Nada vindo de você, pois nunca fora assunto nos meus dias. O que sinto? Pena de um alguém, que se dizia sábio demais, mas, a esperteza tua é desse mundo e nesse mesmo, encontram-se muitos outros loucos, sábios, profetas e filósofos que tendem sempre à mesma falência dos sentidos, assassinando a alma e jogando no lixo os anos de conhecimento e sabedoria. O que terá de mim? Lembre-se que de ti, levei sua alma, aprisionei seu espírito, lavei seus olhos com meu sangue, usei seu corpo, assim como tentou comigo – ato falho. Oh pobre homem, terás de mim, apenas a dor na lembrança, acarretada de angústias, febres intermináveis e um enorme peso na consciência, ao se lembrar que um dia, deitou-se ao lado de um anjo-demônio a qual não fora compatível e muito menos se esforçou para mostrar seu verdadeiro amor.
Sou esse, aquele, o sujo, limpo, o seco, molhado, tudo e nada. Sou o eco que ecoa pelo vazio, sempre dizendo: “Succubae, Succuba, Succubus, Inccubus...O amor cria anjos e demônios.”
- Verdadeiros sábios, são aqueles que nunca mentem e jamais se deixam levar pela vida fácil e lasciva.

Mauri Zeurgo (12/Agosto/2011 – 14:00)

terça-feira, 12 de julho de 2011

Amei, Chorei e Sofri (10.07.2011)

À Mauri Zeürgo

*Dois dias que não te vejo... Dois dias que não voltam mais, que nunca serão resgatados... O tempo destrói o desejo da paixão. Tem pessoas que negam e negligenciam o que encontram... São falas tolas jogadas ao vento, quando o que vale é o toque, o abraço o beijo na testa. - Todo resto é balela.
   Sinto pena de mim, que nas desenfreadas buscas dos desejos do corpo que se encontram com o desejo da alma, e pensando ter encontrado sua alma perdida, descobri que está mais perdido que antes, assim me sinto, assim me encontro casado com alguém que descobri não ser alguém, era apenas um fantasma que apareceu diante de mim, seu arquétipo está em minha esquizofrenia... Amei-o tanto, desejei-o tanto, toquei-o tanto, e entanto, me vejo na solidão das palavras mais uma vez chorando em prantos...
   Desejei-o por inteiro, no entanto, não sou completo, minha incompletude me faz perder tudo aquilo que pensei ter preenchido o mosaico da minha existência.
 Amei-te no ontem, te desejo no hoje e sonho contigo no amanhã.... Meu Ícaro insano...
 Assim sou Sísifo cumprindo minha sina, minha imposição.
Não me bastasse tudo, minha pedra agora pesa mais ainda, pois nela tem o nome de Zeurgo.
 Queria muito abraçar, e juntos sermos levados aos olhos de Morpheu, e quando a Deusa Aurora assim chegar, poder olhar e dizer: Graças aos ímpios, sujos e puros, sou agora nova alma nascido da noite dormida ao lado de Teseu, cujo nome se modificou e agora se chama Zeurgo.
Mas continuo meu destino, mesmo sendo determinista. O que antes era doce agora se torna amargo aos lábios meus...
Por: Goulart Aventureiro

domingo, 10 de julho de 2011

Agarre a sua luz! (14/09/2011)

“Durante o dia, vejo o sol e durante a noite, o luar. Na minha felicidade e na vida, vejo a certeza de que seu nome comigo sempre estará.”

Dia a dia recebemos em nossa porta um novo amanhecer, um novo anoitecer e diferentes formas de encarar a felicidade e as certezas e incertezas da vida. São sempre elas que nos enchem de emoções sublimes e ricas de um bem querer, sempre cheios de carícias, dengos, toques e olhares.

Verdadeiramente únicos são aqueles que chegam e deixam grandes lembranças saudosas, e também pequenos detalhes que facilitam os dias nossos, fazendo-nos encher o peito e gritar ao mundo: Meu grande amor, eu o amo e não quero te perder. Porém, o maior erro e a marca que sela a infelicidade é sempre o silêncio que invade.


– Quem cala, consente. Mas, quem cala perde os direitos e nem olhares e nem intenções visuais, poderão retomar a jornada rumo à felicidade dos dias últimos. O silêncio pena como pedido pleno: Faça-me sentir a luz da manhã e a brisa da noite, feito uma última dança élfica, com os pequenos redemoinhos ventosos e refrescantes.

Aos que penam, os rumores terrenos são passageiros e sombrios. A esses homens insanos e profundos, restam-lhe caminhar por entre a neblina que os cega, sem deixá-los atravessar a barreira de terrenos dos bons frutos.

Somos todas vítimas de um falso amor e conseqüentemente, tornamo-nos suspeitos de acabar com a raça humana. Resultado disso é a falta de Amor próprio, em que matamos a cajadadas os sentimentos puros, fazendo assim de nossos dias, uma sanguinária chacina de emoções equivalente à tortura da alma e ao apagamento por completo da memória. Somando assim, a matemática do diabo em perfeita equação.

Corpo – é só o que nos resta. Essa “massa-material” com diferentes formas, cores, intenções, sentidos e sensações é o único escudo que sobra de um grande herói em todas as histórias. Tornamo-nos aquilo que cativamos sempre e a nossa vida carnal e sedenta é tão somente o espelho inverso das impurezas da alma e dos atos comuns que são todos nossos.

Hoje, enxergar na vivência, todo o comodismo como forma de sobrevivência é o mesmo que caminhar por entre vielas tão paradas, cair da janela sem o parapeito, dar longos saltos sem ao menos sair do lugar, enterrar a cabeça na terra com vergonha de si mesmo e negar a própria existência.

O amor próprio deu-me isso – a liberdade de escolher. Bastou-me enxergar a luz no fim do túnel, apeguei-me a ela e deixei aquele canto escuro da sala há anos. Gu, agarre a sua luz sempre e sempre...

Mauri Zeurgo

sábado, 9 de julho de 2011

Sina de um Determinista (14/08/2011)

Os dias que se passaram, realmente não voltam mais ou da mesma forma. Porém, voltam esses com maior teor e emoção, com aquilo que sentimos e que sempre merece ser resgatado – O tempo que destrói e afasta, mas também une e constrói paixões ainda mais voluptuosas e cheias de desejo insano, profano, mundano, profundo e sincero.
Negligenciar e ou negar a existência de outrem a preço injusto é a real balela. As falas verbalizadas e ditas de forma verdadeira e constante são o pequeno ouro daqueles que ainda primam por serem únicos e leais à vida simples e fora da grande boca do lixo – o mundo lascivo.
Sentir pena de si mesmo é covardia dos tolos, dos injustos, daqueles que fingem o flagelo do corpo para tapear as feridas da alma. Todos nós temos anseios, desejos, neuras e maluquices, mas, quando tudo isso se torna visível aos olhos, as pessoas temem pelo desconhecido,  fogem e não querem ser mais encontradas.
A hora de rezar é essa, pois os pequenos fantasmas de nossas vidas surgem aqui e ali, feito um manifesto impiedoso de emoções raras e que nos remetem as lembranças da esquizofrenia nossa, feito um ligamento poderoso, desdobra nossa mente cheia de inquietações e dá-nos a realidade de forma distorcida, complementando sempre a existência encardida e vazia.
 Quanto ao desejo, ao toque, ao pranto e às angústias da espera, talvez devêssemos guardá-los todos na nossa caixinha secreta das nossas psicoses mundanas – Deixando sempre os delírios e as provocações contra a alma, diante desse impiedoso trono soberano que altera os contatos com a realidade nossa.
Quando as palavras se colocarem em prantos, sente-se ao lado delas e chore junto. Deixe que as lágrimas de ambos percorram rio abaixo, o mesmo rio que lava o corpo e purifica a alma.
Sentir-se-á vazio sempre, enquanto houver a dúvida em seus lábios e enquanto isso perdurar, nenhum desejo será igual aos de antes e toda essa incompletude tua só se perderá no tempo se manteres essa venda negra sob seus olhos, essa mesma que censura a real face da mão amiga, essa venda negra que recebe a foice que engana, fere, envenena e mata. Essa tarja negra rotulada como indecisão pelos que temem a verdade e que temem também à realidade crua e simples em que vivo, será apenas o começo do seu fim, se continuares dando “asas” aos que somente o vê como objeto de desejo voltado apenas ao sexo vazio, frio, irrustido e temperamental.
Tantos mosaicos existenciais concluem a vida de um homem e a sua se perde com somente aquele que menos importa a mim ou a qualquer outra pessoa comum e simples – O mosaico feito roda dos prazeres. Esse mesmo que só nos rouba o bom e nunca delata os infratores, deixando-nos sem atitude alguma e levando da gente a pouca dignidade que ainda resta.
Se assim quiseres, serei Ícaro insano, alçando vôos tão altos a ponto de completar a jornada, rumo ao sol escaldante e morrendo afogado antes do último prazer. Se quiseres, serei você, sendo Sísifo, levando a maior pedra rumo ao cume da mais alta montanha, fazendo-me penar por cada pecado prazeroso enquanto a mesma pedra desce rolando para que haja mais dor e sofrimento. Podendo assim, auxiliá-lo nas encostas da vida com suas grandes pedras e aliviando a cascas de suas grandes feridas que maltrataram tanto e tanto o coração teu.
Um nome é sempre um nome, porém, quando carregado de sentimentos profundos e verdadeiros será sempre lembrado. O mais difícil não é carregar uma grande pedra grafada com ele ou cortar a carne para extrair o nome do corpo, pois existem fatos mais dolorosos de lidar. A dificuldade maior está na extração das memórias e das lembranças, pois é lá onde meu nome se encontra nesse momento – silencioso, distante, enamorado pelo eco vazio e desvanecido pelas estradas sombrias e divergentes da existência crua, como um descarne profundo e agradável feito um sono injusto e ao mesmo tempo, atormentador.
Nesse momento, com as bênçãos da deusa Aurora, que faz brilhar as manhãs e com o consentimento dos atos nossos, somos levados inconscientemente ao dia do acordo final e como um sonho único e duradouro ouve-se Morpheu “– Façam dos meus sonhos os teus e vivam eternamente ao lado de quem realmente os ama, dando valor à sinceridade e ao amor mútuo. Vá acompanhado das Horas e das Graças que regem os atos puros, o tempo e a vida transviada que percorre na veia e no ego maltrapilho que reside em tua alma.”
Enquanto houver a dificuldade em lidar com sua própria língua determinista, deve-se afastar do mundo, aprendendo a dizer desculpas as almas, corpos e mentes afetadas pelo egoísmo.
Só assim, poderá carregar quantos nomes conseguir nas costas, feito a pedra de Sísifo, o mundo de Atlas, o drama de Electra e tantas outras sinas....

Mauri Zeurgo


Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...