domingo, 31 de março de 2024

Olhos Cansados

Nos olhos cansados, um mar de desilusão,

Reflete as tempestades de um coração,

Que outrora pulsava ao ritmo do amor,

Agora desfalece sob o peso da dor.


Em suas pupilas, sombras dançam sem fim,

Contando histórias de desencanto e desdém,

Cada ruga um suspiro, cada linha uma mágoa,

Um testemunho mudo de uma paixão que naufraga.


Eles já viram o brilho das estrelas no céu,

Mas agora refletem um mundo cruel,

Onde promessas são quebradas como cristais,

E sonhos se desfazem em pedaços desiguais.


Sob pálpebras pesadas, o cansaço se abriga,

Como um manto de tristeza que os olhos envolvem,

Mas mesmo na escuridão que os envolve em lamento,

Ainda há um lampejo de esperança no firmamento.


Pois nos olhos cansados, ainda há luz a brilhar,

Uma centelha de fé que se recusa a apagar,

E no fundo da alma, uma voz sussurra baixinho,

Que o amor renascerá, mais forte e mais inteiro, no caminho.


Assim, nos olhos cansados, uma jornada se revela,

De cicatrizes e feridas, mas também de anseios e de estrelas,

E mesmo que o amor tenha desiludido um coração,

Ainda há beleza na esperança de uma nova canção.


Por Màuri Zeurgo


Na Bruma do Esquecimento

Na bruma cinzenta de uma alma perdida,

O amor vagueia, sua chama já esquecida.

Nas sombras frias de um coração deserto,

O eco de um suspiro, tão triste e incerto.


Um homem caminha, carregando o peso

De um amor que definha, em lento processo.

Seus olhos cansados refletem a dor,

Da indiferença que o consome, sem pudor.


Ele busca respostas nas entrelinhas mudas,

Em gestos vazios, em palavras mansas e surdas.

Mas o outro, tão distante, não enxerga a agonia,

Imerso em sua própria ilusão, em sua fantasia.


A cada dia que passa, o abismo se alarga,

Entre o que um sente e o que o outro não enxerga.

E o amor, que um dia floresceu com esplendor,

Agora definha em meio à sua própria dor.


Como uma flor murcha, deixada ao relento,

O sentimento se esvai, sem deixar lamento.

E na solidão de um coração despedaçado,

Resta apenas a saudade do amor malogrado.


Mas na escuridão da noite, há uma faísca de esperança,

Que talvez um dia, numa dança,

O amor volte a brilhar, radiante e forte,

E cure as feridas desse triste corte.


Por enquanto, porém, resta apenas a resignação,

De um amor que se esvai, sem explicação.

E o homem solitário segue seu caminho,

Entre sombras de um amor que não tinha destino.

Por Màuri Zeurgo



Domingo de Páscoa

A Páscoa: Um Domingo de Ressurreição ou de Falsas Promessas?

Nos confins do calendário, aguarda-nos um dia peculiar: o Domingo de Páscoa. Uma data marcada por tradições, reuniões familiares e, supostamente, por uma celebração do amor e da ressurreição. Contudo, em meio aos cânticos alegres e à profusão de ovos coloridos, esconde-se uma sombra insidiosa: a falta de amor disfarçada por um único dia de hipocrisia.

É notório como muitos usam este domingo como um mero teatro, uma encenação cuidadosamente ensaiada para ocultar a verdadeira natureza de seus relacionamentos. Anos de indiferença, de palavras não ditas e gestos frios são momentaneamente eclipsados por um sorriso forçado e um abraço protocolar. É como se, num passe de mágica efêmero, a ressurreição do amor fosse invocada, apenas para ser enterrada novamente na segunda-feira.

A Páscoa, que deveria ser uma celebração de renascimento e redenção, muitas vezes torna-se um lembrete cruel das relações desgastadas e dos laços enfraquecidos pelo tempo. É um paradoxo doloroso testemunhar como um único dia de pausa no ano é capaz de despertar a ilusão de afeto onde apenas o vazio persiste. Como se a troca de chocolates e sorrisos pudesse preencher os abismos de anos de negligência emocional.

É urgente confrontar essa farsa insustentável. A verdadeira ressurreição do amor não está contida em um único dia festivo, mas sim nas pequenas ações diárias, no cuidado mútuo, na empatia constante e na comunicação genuína. A Páscoa deveria servir não como um verniz superficial sobre relacionamentos deteriorados, mas como um chamado à reflexão profunda e à transformação verdadeira.

Que neste Domingo de Páscoa possamos nos despir das máscaras sociais e confrontar a realidade de nossos relacionamentos. Que possamos dedicar-nos não apenas a representar o amor, mas a cultivá-lo genuinamente em nossas vidas diárias. Pois só assim poderemos verdadeiramente ressuscitar o amor, não como uma ilusão efêmera, mas como uma realidade duradoura e significativa em nossas vidas.

Por Màuri Zeurgo


quinta-feira, 28 de março de 2024

Somos Eternos?

 "Quem quer viver eternamente?" - uma pergunta que ecoa através dos séculos, ecoando nos cantos mais profundos de nossa alma. É uma indagação que nos confronta com a nossa própria mortalidade, nos desafiando a refletir sobre o significado da vida e da finitude.

 

Para alguns, a ideia de viver para sempre pode ser tentadora, uma busca incessante pela imortalidade que os leva a procurar por elixires da juventude ou pela preservação da memória através das obras deixadas para trás. No entanto, será que a eternidade é realmente desejável?

 

Aqueles que ousam contemplar essa questão podem descobrir que a beleza da vida reside em sua transitoriedade. É na efemeridade dos momentos que encontramos verdadeira profundidade e significado. Cada amanhecer, cada pôr do sol, cada riso e cada lágrima são preciosidades que só ganham valor pelo fato de serem finitos.

 

Afinal, é a consciência de nossa própria mortalidade que nos impulsiona a viver plenamente, a abraçar cada instante com gratidão e intensidade. É o conhecimento de que nossa existência é efêmera que nos motiva a buscar significado e propósito, a deixar um legado que transcenda nossa própria finitude.

 

A busca pela eternidade pode ser uma jornada solitária e vazia, uma fuga da realidade que nos impede de apreciar a beleza do aqui e agora. É na aceitação de nossa mortalidade que encontramos liberdade, permitindo-nos abraçar a vida em sua totalidade, com todas as suas alegrias e tristezas.

 

Portanto, ao invés de nos perguntarmos quem quer viver eternamente, talvez devêssemos nos questionar: como podemos viver de forma significativa e autêntica, enquanto ainda temos tempo neste mundo efêmero? Talvez seja essa a verdadeira essência da vida - viver cada momento como se fosse o último, encontrando beleza na impermanência e na preciosa dádiva da existência. 


Somos Eternos?

Por Màuri Zeurgo


Uma Flor Solitária

No coração do deserto árido e vasto,

 

Uma flor solitária ergue-se com bravura.

Em meio à aridez e ao calor abrasador,

Sua beleza resiste, uma visão de ternura.

 

Suas pétalas delicadas, como jóias reluzentes,

Desafiam o solo árido, sem medo.

Cada uma, uma história de perseverança,

Um testemunho da força que em si carrega.

 

Sob o sol escaldante, ela floresce radiante,

Desafiando todas as adversidades que enfrenta.

Suas raízes mergulham fundo na terra ressequida,

Em busca de vida em meio à desventura.

 

E assim, como a flor no deserto floresce,

Nós também podemos encontrar inspiração.

Nos dias mais áridos, quando tudo parece perdido,

Nossos corações podem florescer com determinação.

 

Pois como a flor, somos feitos para resistir,

A cada desafio, a cada provação.

E mesmo nos momentos mais sombrios da vida,

Podemos encontrar beleza e esperança em nossa própria criação.


Uma Flor Solitária

Um Estranho no Paraíso

 Em um paraíso perdido, sob o manto da noite,

Um estranho surge, tentador e sem igual.

Seus olhos, estrelas cadentes, cintilam com desejo,

E seu toque, fogo que consome, incendeia minha pele.

 

Desconhecido, mas familiar, ele desperta em mim

Sensações que eu nunca soube que existiam.

Seus lábios, uma promessa de êxtase inebriante,

Conduzem-me ao abismo do prazer, sem hesitação.

 

No éden proibido, entregamo-nos ao delírio,

Dançando na borda do desejo, sem medo do perigo.

Cada suspiro, um convite para explorar o desconhecido,

Cada toque, uma sinfonia de gemidos em crescendo.

 

Nesse mundo de fantasia, somos dois estranhos,

Unidos pelo fogo ardente da paixão.

E no paraíso que criamos entre lençóis de cetim,

Encontramos a redenção na entrega desenfreada do amor.

By Màuri Zeurgo


A Flor do Mal

 Na escuridão da noite, onde o medo dança,

Ergue-se uma flor, de beleza sombria e ardente.

Suas pétalas envoltas em mistério e encanto,

Refletem a luz da lua como prata reluzente.

 

A "Flor do Mal", assim é chamada pelos que a temem,

Mas para os corajosos, é uma fonte de mistério e encanto.

Seus segredos guardados nas sombras da meia-noite,

Atraem os destemidos que buscam desvendar seu poder.

 

Quem se atreve a tocá-la, sente sua presença enigmática,

Pois a "Flor do Mal" não conhece piedade nem perdão.

Ela floresce nos corações dos perdidos e desesperados,

Semeando a escuridão onde quer que suas raízes alcancem.

 

Mas para aqueles que ousam enfrentar seus espinhos,

A "Flor do Mal" revela sua verdadeira natureza oculta.

Sob a sombra da noite, ela floresce e desabrocha,

E seu néctar é o elixir da coragem e da redenção.

 

Assim, a "Flor do Mal" não é apenas escuridão e dor,

Mas também uma promessa de transformação e renascimento.

Pois mesmo nas profundezas mais obscuras da alma,

Uma flor pode brotar, trazendo luz onde antes havia trevas.

Por Màuri Zeurgo


quarta-feira, 27 de março de 2024

O Tempo: Um Reflexo da Vida

O tempo, esse inescapável tecelão das horas, não apenas marca o ritmo de nossas vidas, mas também se torna um lembrete constante da efemeridade da juventude. É uma jornada inevitável, na qual cada passagem de segundo, minuto e hora é um lembrete tangível da transitoriedade da existência humana.

A juventude, com sua energia vibrante e seu ardor pela vida, muitas vezes parece uma bênção que nunca cessará. No entanto, conforme o tempo avança inexoravelmente, ela se desvanece como um sopro de vento, deixando para trás memórias e experiências que se transformam em vestígios do passado. É como se o tempo, em sua passagem constante, fosse o arquiteto que molda e esculpe nossas vidas, dando forma ao que somos e deixando para trás o que éramos.

Ao longo dos anos, somos confrontados com a inevitabilidade da mudança. O tempo nos presenteia com rugas, cabelos grisalhos e uma sabedoria adquirida através das experiências vividas. Enquanto isso, a juventude, com sua bravura e imprudência, cede lugar a uma maturidade que, embora enriquecedora, também traz consigo o peso das responsabilidades e das obrigações.

É como se o tempo fosse um negociador implacável, exigindo um tributo em troca das bênçãos da vida. E esse tributo muitas vezes se manifesta na perda gradual da juventude. No entanto, é importante perceber que o tempo não é apenas um ladrão cruel, mas também um mestre sábio. Ele nos ensina a valorizar cada momento, a abraçar as oportunidades que surgem em nosso caminho e a cultivar relacionamentos significativos que transcendem a passagem das estações.

Embora possa parecer que o tempo nos rouba a juventude, na realidade ele nos presenteia com a oportunidade de crescer, de evoluir e de nos tornarmos versões mais autênticas de nós mesmos. Cada ruga, cada marca deixada pelo tempo, é um testemunho de uma vida bem vivida, de batalhas travadas e de vitórias conquistadas.

Portanto, ao contemplarmos a relação entre o tempo e a vida que ele nos leva, devemos lembrar que a juventude não é apenas uma estação passageira, mas sim um estado de espírito que pode ser cultivado em qualquer idade. Enquanto o tempo continua seu curso inexorável, cabe a nós abraçar cada momento com gratidão e viver plenamente, aproveitando ao máximo cada capítulo de nossa jornada.

Em última análise, o tempo e a vida estão entrelaçados em uma dança eterna, onde cada passo nos conduz em direção ao desconhecido. E, embora o tempo possa nos levar nossa juventude física, ele nunca pode roubar a essência de quem somos e o valor das experiências que acumulamos ao longo do caminho.

Por Màuri Zeurgo


terça-feira, 26 de março de 2024

Meus Pés (Reedição)

Quando meus pés contarem, todos saberão dos caminhos que trilhei, das aventuras vividas e dos mundos que explorei. No entanto, desde já, saibam que somente eles conhecem a sensibilidade viva que experimentei. Cada passo na grama, cada impacto nas calçadas quentes das metrópoles, cada pegada na areia carrega consigo memórias, boas e más.

Com a orientação dos meus pés, fui astro-rei, astronauta, sonhador, pequeno príncipe, poeta das línguas antigas, mendigo e até mesmo senhor do universo.

Ah, meus pés... Tão queridos que conheço cada detalhe e marca entre meus dedos, lembrando pequenas bolinhas de gude cortadas ao meio. Recordo-me de cada lugar por onde passei, de cada experiência vivida. Gosto deles limpos, sujos, secos, molhados - gosto simplesmente deles.

Quando meu passo é leve e silencioso, sinto-me como um pássaro em voo. Quando é firme e pesado, sou uma rocha imponente sobre a terra.

Ah, se eles pudessem falar... Revelariam tanto, a ponto de meu mistério deixar de existir. Mas o verdadeiro enigma reside neles mesmos, que suportam meu peso e registram cada verso no grande livro da imaginação que criei.

Eles são meus guerreiros incansáveis, subindo, descendo, indo, voltando. Já não concebo a vida sem eles. Minha mente gira em torno deles, inspirando ideias absurdas pelo simples amor que lhes dedico.

Meus pés, sempre presentes, são guardiões da minha introspecção, sempre em todo lugar. Se falassem, o mundo seria mais alegre, as crianças chorariam menos, e a vida se estenderia por uma eternidade. Mas, pés não falam, e a alusão caótica que faço a mim mesmo é apenas um sonho nunca realizado.

Por Màuri Zeurgo




Prosa da Infância

Na vastidão dos meus pensamentos, a infância se desenrola como um tapete de memórias coloridas, tecidas com fios de inocência e aventura. Era uma época de descobertas, onde cada dia era uma nova aventura esperando para ser explorada.

Lembro-me das manhãs ensolaradas, quando o mundo parecia tão vasto e cheio de possibilidades. Corria pelos campos verdejantes, com o vento a brincar nos meus cabelos e o riso a ecoar no ar. Cada canto da minha pequena aldeia era um tesouro a ser descoberto, e eu era o intrépido explorador determinado a desvendar seus segredos.

As tardes eram preenchidas com brincadeiras intermináveis, onde eu e meus amigos éramos os heróis de nossas próprias histórias. Construíamos castelos de areia na praia, escalávamos árvores altas no bosque e desbravávamos aventuras em mundos imaginários. Éramos livres como pássaros, voando alto nos sonhos da infância.

À noite, sob o brilho das estrelas, minha mãe me embalava com histórias mágicas, onde dragões rugiam e princesas esperavam por resgate. Adormecia com o coração cheio de encanto, mergulhando em sonhos tão vívidos que pareciam reais.

E assim, a infância passava como uma suave brisa de verão, deixando para trás lembranças preciosas que aquecem o coração. Mesmo agora, nos meus dias adultos, guardo essas lembranças com carinho, como jóias preciosas em um baú de tesouros, lembrando-me sempre do tempo em que a vida era simples e cheia de magia.

Por Màuri Zeurgo



Balada da Guerra

Nas terras distantes, onde o céu se torna cinza,

O som dos tambores da guerra ecoa, triste melodia.

Mulheres, crianças e homens, vidas perdidas sem razão,

Em um conflito sem fim, em busca de uma ilusão.


Nas aldeias silenciosas, onde antes reinava a paz,

Agora só se ouve o lamento, o choro que não se desfaz.

Mães choram por seus filhos, arrancados pela violência,

Crianças órfãs vagam, sem esperança ou clemência.


E nos campos de batalha, onde os soldados tombam,

As lágrimas daqueles que ficam se misturam ao sombrio rufar dos tambores.

Homens jovens caem, suas vidas ceifadas pela fúria da guerra,

Enquanto os líderes se empenham em sua busca por poder.


É uma balada de tristeza, uma canção de desespero,

Onde a morte dança livremente, sem qualquer critério.

E enquanto os conflitos se arrastam, sem fim à vista,

A esperança parece desvanecer-se, na escuridão que insiste.


Que essa balada seja um lembrete, uma chamada à razão,

Para que possamos encontrar uma solução, uma nova direção.

Pois somente com amor e compaixão poderemos encontrar,

Um caminho para a paz, um lugar onde vidas possam florescer novamente.


Que o clamor por justiça ecoe em cada coração,

Que a dor dessas perdas nos guie à reflexão.

Pois não importa o motivo, a causa ou a bandeira,

A guerra só traz destruição, jamais nos edifica.


Enquanto lágrimas caem sobre a terra ensanguentada,

É tempo de nos erguermos, de buscar uma nova jornada.

Uma jornada de paz, de compreensão e de perdão,

Onde cada vida seja valorizada, em sua plenitude e razão.


Que a balada dessas tragédias nos inspire à ação,

Para que nunca mais se repita essa terrível condição.

Que o legado dessas vidas perdidas seja um chamado à humanidade,

Para construirmos um mundo de amor e fraternidade.


Que se ergam monumentos em memória dos caídos,

Lembrando-nos sempre das vidas interrompidas.

Que cada lágrima derramada seja um tributo à paz,

E que cada ferida seja um lembrete do que não se faz.


Que a balada dessas terríveis guerras ressoe em nossos ouvidos,

Como um alerta para que busquemos caminhos mais sólidos.

Que nunca esqueçamos as tragédias causadas pela ambição,

E que lutemos incansavelmente por um mundo de compaixão.


Que a balada continue a ser cantada, mas com um novo tom,

O tom da esperança, do amor e do perdão.

Que através da memória daqueles que partiram na guerra,

Encontremos a força para construir um futuro mais justo e sincero.


Que esta balada triste encontre seu fim,

E que a paz reine sobre nós, enfim.

Que possamos honrar os que se foram com dignidade,

E construir um mundo de verdadeira fraternidade.

Por Màuri Zeurgo


Epopeia de Selênia - Poema Épico

No Universo vasto de Selênia, onde estrelas brilham com fulgor,

E planetas dançam em órbitas sem fim, em um balé de amor,

Ergue-se um reino de beleza e mistério, envolto em esplendor,

Onde heróis e vilões travam batalhas, em uma guerra de valor.


Nos confins do espaço, Selênia se ergue majestosa e imponente,

Com seus céus repletos de cores e formas, verdadeiro presente,

Lar de seres de luz e sombras, em uma dança envolvente,

Onde o destino se desenrola, em cada estrela cintilante.


Em meio a florestas ancestrais e oceanos de profunda magia,

Criaturas fantásticas e divindades coexistem em harmonia,

E nas cidades e castelos que pontilham a paisagem grandiosa,

Histórias de amor e coragem ecoam, em uma saga gloriosa.


E no coração desse Universo, onde o tempo parece suspenso,

Ergue-se o trono de Selênia, soberana em seu intento,

Guiando seu povo com sabedoria e nobreza, em cada momento,

Protegendo seu reino de ameaças, em um eterno juramento.


Mas como em toda epopeia, o mal também faz sua presença,

Com tiranos e senhores da escuridão, em busca de recompensa,

E é então que heróis se erguem, prontos para a defesa,

Lutando pelo bem e pela justiça, com bravura sem hesitação.


Assim, o Universo de Selênia vive em constante ebulição,

Com batalhas épicas e aventuras, em uma eterna canção,

Uma terra de beleza e perigo, de mistério e emoção,

Onde a esperança brilha eterna, em meio à escuridão.

Por Màuri Zeurgo

Epopeia de Selênia - A Saga de Eni

Nas terras vastas do Universo de Selênia,

Onde estrelas brilham em harmonia,

E os planetas dançam em sua sinfonia,

Ergue-se uma guerreira, destemida e valente,

Chamada Eni, protetora das fronteiras celestes.


Desde jovem, Eni foi destinada,

A defender Selênia de toda ameaça,

Com sua espada afiada e sua coragem inigualável,

Ela enfrenta os perigos do cosmos, imperturbável.


Em batalhas épicas contra os senhores do caos,

Eni demonstra sua força, sua bravura, sua voz,

Lutando ao lado de aliados e amigos,

Para preservar a paz e os destinos.


Das profundezas do abismo estelar,

Até os picos das montanhas lunares,

Eni percorre os confins do Universo,

Sempre pronta para enfrentar o pior reverso.


Seus feitos são cantados pelas estrelas,

Sua coragem é celebrada pelos deuses,

Pois Eni personifica a esperança e a luz,

Num mundo envolto em trevas e intriga.


E assim, a saga de Eni continua a brilhar,

Uma epopeia de heroísmo e sacrifício sem par,

Enquanto ela enfrenta os desafios que o Universo traz,

Com sua determinação e seu coração em paz.



Nas fronteiras do Universo de Selênia,

Onde mistérios escondidos aguardam em cada cena,

Eni cavalga destemida, em busca de justiça,

Guiada pela luz da verdade, em sua jornada intrépida.


Ela enfrenta criaturas das profundezas do espaço,

Monstros ancestrais que desafiam todo abraço,

Com sua destreza e astúcia, ela os derrota,

Protegendo os fracos e oprimidos com sua quota.


Em cada estrela que brilha no céu noturno,

Eni vê a esperança, um farol eterno,

Ela jurou proteger Selênia e seus habitantes,

Mesmo que isso signifique enfrentar os gigantes.


Seu nome ecoa através dos cosmos,

Uma lenda viva, um símbolo de heroísmo grandioso,

Ela é a guardiã dos sonhos e das esperanças,

A guerreira que enfrenta as trevas sem mudanças.


Então, enquanto houver desafios a enfrentar,

Eni estará lá para lutar e para ajudar,

Porque no Universo de Selênia, onde o destino se entrelaça,

Ela é a luz que brilha, a heroína que não se cansa.


Em cada batalha, Eni prova sua coragem,

Confrontando o mal com sua determinação selvagem.

Ela enfrenta tiranos e conquistadores sem escrúpulos,

Defendendo os fracos e oprimidos com gestos impolutos.


Mas mesmo a mais forte das guerreiras tem seu fardo,

E Eni carrega o peso de cada batalha em seu guardo.

Seus olhos refletem as cicatrizes de uma guerra sem fim,

E seu coração carrega o peso da solidão que não tem fim.


Por trás da armadura de aço, ela esconde suas dores,

Os sacrifícios feitos em nome dos valores.

Mas apesar de tudo, sua determinação não vacila,

Ela continua sua jornada, enfrentando cada batalha.


Pois Eni sabe que sua missão é maior que ela mesma,

Ela é a guardiã de Selênia, a defensora do bem.

E enquanto houver injustiça no Universo a combater,

Eni estará lá, pronta para lutar e vencer.


Assim, após inúmeras batalhas e feitos sem igual,

Eni enfrenta seu maior desafio, o ponto final.

Ela percebe que sua missão está quase completa,

E que seu destino finalmente se concreta.


Com um sorriso nos lábios e um olhar sereno,

Eni aceita seu destino como uma dádiva plena.

Ela se despede dos amigos e aliados queridos,

Deixando para trás um legado que será mantido.


E enquanto sua figura se perde na imensidão do espaço,

Selênia celebra sua bravura, seu sacrifício e seu abraço.

Eni torna-se uma lenda, uma estrela a brilhar,

Guiando aqueles que seguem seu caminhar.


E assim, no Universo de Selênia, sua história ecoa,

Uma epopeia de coragem, esperança e glória.

E embora seu tempo tenha chegado ao fim,

Eni vive para sempre, em cada estrela que reluz sem fim.

Por Màuri Zeurgo


Sátira Política


Nas tramas do poder, uma dança sem fim,

Onde políticos sorriem, mas não têm fim.

Com discursos vazios, promessas ao vento,

Enganam o povo com seu cinismo nojento.


Em salas fechadas, acordos são selados,

Enquanto lá fora, os cidadãos são iludidos.

Corrupção corre solta, dinheiro desviado,

E o povo é deixado de lado, abandonado.


Enquanto isso, nas ruas, a miséria persiste,

Enquanto os ricos ficam cada vez mais ricos.

A sociedade ungida por uma política frágil,

Onde os interesses próprios são o único abrigo.


E assim, a roda da fortuna continua a girar,

Enquanto aqueles no topo continuam a lucrar.

Enquanto isso, o povo sofre as consequências,

Das mentiras e manipulações de suas excelências.


Mas até quando permitiremos esse circo sem graça?

Essa farsa que nos governa, essa política na praça?

É hora de acordar, de exigir transparência,

De dizer "basta" à corrupção e à negligência.


Pois só quando nos unirmos e nos levantarmos,

Contra a tirania e a ganância dos governantes,

É que poderemos verdadeiramente mudar,

Essa sociedade enganada por uma política sem par.

Por Màuri Zeurgo







Elegia da Saudade


Neste poema de saudade e amor profundo,

Recordo os entes queridos que partiram neste mundo.

Meu pai, com seu sorriso doce e olhar sereno,

Minha amiga, companheira de riso e desafio ameno.


Meus avós, com suas histórias e lições de vida,

Que moldaram meu ser, com amor e sabedoria.

E meu cachorrinho, fiel companheiro de jornada,

Que partiu deixando uma saudade eternamente guardada.


Cada um deixou um vazio em meu peito,

Uma ausência que dói, que não tem jeito.

Mas também deixaram memórias preciosas,

Que guardo com carinho, como jóias valiosas.


Em cada lembrança, sinto o calor de seu abraço,

O som de suas vozes, o cheiro de seu laço.

E mesmo que não estejam mais entre nós,

Seu amor e sua presença continuam vivos.


Pois no coração daqueles que amamos,

Eles permanecem para sempre, imortais.

E em cada lágrima que derramamos,

É a prova do amor que nunca se desfaz.


Então, neste poema de despedida e gratidão,

Rendo homenagem aos que partiram, mas não se vão.

Pois enquanto eu respirar, enquanto eu existir,

Eles viverão em mim, para sempre a sorrir.

Por Màuri Zeurgo







Ode à Diversidade

Ó deuses de mil rostos e nomes,

Ó santos e anjos, seres celestiais,

Que habitam os reinos além dos mundos,

Neste poema vos saúdo com cantos triunfais.


A Zeus, soberano do Olimpo, divino,

E a Thor, com seu martelo trovejante,

A Vishnu, preservador do Universo,

E a Xangô, senhor da justiça e da sorte.


A Santa Maria, mãe de compaixão,

E a Buda, sereno em sua iluminação,

A Krishna, flautista de melodias divinas,

E a Freyja, guardiã dos guerreiros nórdicos.


Anjos, mensageiros da divindade,

Com suas asas de luz a nos guiar,

Gabriel, Rafael, Miguel e Uriel,

Com amor e proteção, nos abençoar.


Ó deuses e deusas de todas as culturas,

Santos e anjos, seres de luz e amor,

Em vossa grandeza e sabedoria,

Encontramos inspiração e fervor.


Que vossos nomes sejam louvados,

E vossas bênçãos nos acompanhem sempre,

Ó divindades, em vós confiamos,

E para vós erguemos este canto reverente.

Por Màuri Zeurgo


Lírica de Màuri Zeurgo

Nos caminhos tortuosos da vida,

Ele segue sua jornada,

Um ser de força e de coragem,

Encontrando beleza nas menores estradas.


Como as formigas que marcham com determinação,

Ele enxerga a grandiosidade nas pequenas coisas,

Na persistência e na resiliência,

Que, como elas, enfrenta as adversidades.


Em suas lutas interiores,

Ele enfrenta tempestades e dores,

Mas mantém-se firme, como um rochedo,

Sob o céu estrelado e suas dores.


E nos desfechos amorosos,

Ele encontra-se em uma dança de sentimentos,

Entre o desejo e a resignação,

Entre os sonhos e os tormentos.


Mas mesmo nas sombras da incerteza,

Brilha uma luz de esperança,

Que guia Ele em sua jornada,

Pela estrada da vida, com confiança.

Por Màuri Zeurgo






Soneto do Vínculo Eterno

No vasto mar do amor, ancoro a alma,

Em ondas doces de afeto e ternura.

Amar incondicionalmente, sem medida,

É como a luz do sol que nunca se escura.


Não há fronteiras, nem limites, no coração,

Que se entrega ao desejo de ser inteiro.

É um vínculo eterno, sem separação,

Um laço que perdura, fiel e verdadeiro.


Nos altos e baixos da vida, persevera,

O amor incondicional, que tudo suporta.

É o farol na escuridão que não se encerra,

A luz que guia, mesmo quando a jornada é torta.


Assim, ergo meu ser ao céu e à terra,

Para amar incondicionalmente, além da guerra.

Por Màuri Zeurgo



Haicais de Màuri Zeurgo

"Corpo frio, sem luz,

Coração sem sangue pulsa,

Vazio que seduz."

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"Vidro reflete sol,

Primavera dança ao vento,

Encontro fugaz."

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"Formigas em marcha,

Trabalho em comunidade,

Força na pequenez."

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"Adeus silencioso,

Partida, sombras se vão,

Alma em desalento."

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Por Màuri Zeurgo


Limoeiro da Vida

No verde viçoso do pomar,

O limão repousa, brilhante e singular.

Com sua casca amarela e perfume cítrico,

É um tesouro da natureza, um presente magnífico.


Na palma da mão, sua forma redonda se ajeita,

E ao ser cortado, revela sua polpa perfeita.

Um suco ácido e refrescante escorre,

Despertando os sentidos, revigorando a mente que morre.


Em cada gota, uma explosão de sabor,

Um toque de acidez que desafia o ardor.

Doce e amargo, como a própria vida,

O limão nos lembra da beleza escondida.


Em uma limonada gelada, ele se transforma,

Um elixir de frescor que o calor transforma.

E mesmo nas sobremesas mais requintadas,

Sua presença brilha, jamais desbotada.


Oh, limão, fruto bendito da terra,

Em tua simplicidade, encontramos uma guerra.

Uma batalha de sabores, uma dança de sensações,

Que nos lembra da riqueza das pequenas criações.


Que cada gole, cada mordida, seja uma celebração,

Do limão e sua contribuição à nossa gratidão.

Pois em sua essência simples, encontramos inspiração,

Para saborear o limoeiro da vida em sua plenitude, em toda sua exibição.

Por Màuri Zeurgo


Habitando Pensamentos

 Em meio aos recônditos da mente, venho habitando pensamentos onde sombras dançam e ecoam os sussurros do mal, encontro-me perdido em um labirinto de pensamentos sombrios. É como se um espectro invisível habitasse meu ser, lançando sua sombra sobre meus pensamentos e sentimentos, contaminando-os com sua presença sinistra.

A cada passo, sinto-me envolto pela névoa densa da tristeza e da desesperança, como se estivesse preso em um círculo vicioso de negatividade e autodestruição. Clarisse Lispector, com sua prosa intrínseca e profunda, parece ecoar meus próprios sentimentos, suas palavras ressoando em minha alma como um eco do meu próprio tormento interior.

É como se a personificação do mal encontrasse morada em meus pensamentos mais íntimos, tecendo teias de negatividade e desespero ao meu redor. Às vezes, sinto-me impotente diante dessa força sombria, incapaz de escapar de suas garras cruéis que me arrastam para baixo.

E assim, em meio à escuridão que habita em meus pensamentos, encontro-me lutando contra as correntes invisíveis que me prendem, buscando desesperadamente por uma luz que possa dissipar as trevas. Mas às vezes, parece que essa luz está além do meu alcance, perdida em um horizonte distante e inalcançável.

No entanto, mesmo na escuridão mais profunda, há uma centelha de esperança que persiste. Uma voz suave que sussurra em meu coração, lembrando-me de que mesmo nos momentos mais sombrios, ainda há beleza e bondade a serem encontradas no mundo ao meu redor.

Portanto, mesmo diante do mal que habita em meus pensamentos, escolho não sucumbir à sua influência. Em vez disso, busco encontrar força na minha própria vulnerabilidade, transformando minha dor em um catalisador para o crescimento e a cura. Pois, como Clarisse Lispector escreveu uma vez: "A liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.". E isso é o que eu sinto.

Por Màuri Zeurgo


Envenenando Corações

 Na teia dos sentimentos humanos, tecida com fios de esperança e dor,

Reside a ingratidão, um veneno que corrói e consome o amor.

Subjugada pelos pecados carnais, ela se esconde nas sombras da alma,

Um espectro invisível que assombra e acalma.


Como um câncer silencioso, ela se espalha sem piedade,

Envenenando os corações com sua falsidade.

Ignora os gestos de bondade, os sacrifícios feitos em vão,

E se alimenta da mágoa, da inveja, da traição.


Mas mesmo na escuridão mais densa, há uma luz a brilhar,

Um lampejo de humanidade que recusa se apagar.

Pois mesmo os pecados mais carnais não podem sufocar,

A chama divina que habita cada ser, a pulsar.


É na luta entre o bem e o mal que encontramos a redenção,

Uma batalha épica entre a luz e a escuridão.

E é através do perdão, da compaixão, do amor,

Que podemos vencer a ingratidão e elevar-nos acima do torpor.


Portanto, que possamos lembrar, em meio aos pecados carnais,

Que somos seres imperfeitos, mas também divinais.

E que mesmo na ingratidão, podemos encontrar,

A oportunidade de crescer, de perdoar, de amar.

Por Màuri Zeurgo





Raízes Sedentas

 No concreto frio da cidade adormecida,

As plantas secas buscam vida perdida.

Entre as rachaduras, um sopro de esperança,

Numa dança silente, uma última dança.


Raízes sedentas buscam em vão,

A água que alimenta sua paixão.

Mas o concreto implacável as sufoca,

E o sol ardente as petrifica e sufoca.


No silêncio da noite, seus suspiros se perdem,

Enquanto a cidade agita-se, indiferente e férrea.

As plantas secas, símbolos de resistência e dor,

Lutam contra o concreto, mas sucumbem ao seu torpor.


E no meio do caos, um eco de vida ressurge,

Uma flor solitária, que do asfalto emerge.

Um sinal de esperança em meio à desolação,

Que mesmo no concreto frio, floresce com devoção.


Pois onde há vida, há sempre uma chance,

Mesmo entre o concreto frio e as plantas secas, a esperança relance.

E assim, na luta contra a urbanização desenfreada,

A natureza encontra sua voz, silenciada, mas não calada.

Por Máuri Zeurgo


Tingindo o Oceano

 Num horizonte tingido de incertezas ao longo do oceano, onde o céu se funde com o mar em uma dança eterna, erguem-se ao longe as silhuetas de mil naus partindo em direção ao desconhecido. Suas velas inchadas pelo vento, seus cascos cortando as águas revoltas, cada uma delas é um símbolo de coragem e determinação, um testemunho da inesgotável busca da humanidade por novos horizontes.

À frente, os marinheiros enfrentam o desconhecido com bravura e resolução, lançando-se em uma jornada que os levará além das fronteiras do conhecido. Nas entranhas dessas embarcações, batem corações ansiosos, repletos de esperança e temor, enquanto olham para trás uma terra familiar que se desvanece no horizonte e para frente um oceano vasto e imprevisível que se estende até onde a vista alcança.

Em cada navio, histórias se desenrolam, sonhos são tecidos e destinos são forjados. Há aqueles que partem em busca de riquezas e glórias, seduzidos pelas promessas de terras distantes e fortunas inexploradas. Há aqueles que buscam redenção, fugindo de um passado sombrio em busca de um recomeço. E há aqueles que simplesmente anseiam pela aventura, pelo desconhecido, pelo indomável chamado do mar.

Mas, apesar das diferentes motivações que os impulsionam, todos compartilham uma mesma certeza: o caminho à frente é incerto e cheio de perigos. Tempestades furiosas, naufrágios traiçoeiros, encontros com criaturas misteriosas que habitam as profundezas abissais – tudo isso e mais está à espreita, aguardando para desafiar sua coragem e determinação.

E ainda assim, apesar das incertezas e dos perigos que aguardam, as velas das mil naus continuam a balançar ao vento, impelidas pelo ímpeto inabalável daqueles que se lançam rumo ao desconhecido. Pois é na busca pelo inexplorado, na superação dos obstáculos e na descoberta do novo que a verdadeira essência da humanidade se revela – uma eterna busca pela grandeza, pelo conhecimento, pela liberdade que habita os recônditos do horizonte.

Por Máuri Zeurgo


Grilhões Invisíveis

 Em meio às tramas complexas da vida, encontramos nós mesmos navegando por um mar de neuras e empecilhos, muitas vezes alimentados pelos traumas que carregamos como bagagem de nossas jornadas. Somos seres moldados pelas experiências que vivemos, e muitas vezes essas experiências deixam cicatrizes profundas, que nos acompanham e influenciam nossas escolhas e perspectivas.

Os traumas que carregamos são como sombras que nos seguem, lançando dúvidas e inseguranças sobre nossas próprias capacidades e valia. Eles nos fazem questionar nossas decisões, nos impedem de confiar plenamente nos outros e até em nós mesmos. São como grilhões invisíveis que nos mantêm presos em um ciclo de medo e ansiedade, nos impedindo de alcançar nosso verdadeiro potencial.

Por vezes, esses traumas têm suas raízes em experiências de traição e engano, onde confiamos em alguém apenas para sermos decepcionados e magoados. Essas feridas podem ser difíceis de cicatrizar, deixando-nos com uma sensação de desconfiança em relação aos outros e ao mundo ao nosso redor.

Mas é importante lembrar que nossos traumas não nos definem. Eles são parte de nossa história, sim, mas não são o único capítulo. Podemos escolher como respondemos a essas experiências, se permitimos que elas nos paralisem ou se as usamos como oportunidades para crescer e nos fortalecer.

Às vezes, isso pode significar buscar ajuda profissional para lidar com nossos traumas, seja por meio da terapia, da meditação ou de outras formas de autocuidado. Outras vezes, pode significar cultivar relações saudáveis e significativas, baseadas na confiança mútua e no respeito.

É um processo difícil e muitas vezes doloroso, mas é também uma jornada de autodescoberta e cura. À medida que enfrentamos nossos traumas de frente, podemos aprender a liberar o peso que eles exercem sobre nós e encontrar uma nova liberdade e clareza de espírito.

Portanto, mesmo diante das neuras e empecilhos que encontramos em nossas vidas, devemos lembrar que somos mais do que nossos traumas. Somos seres capazes de superar desafios, de nos recuperar de nossas feridas e de encontrar paz e felicidade, mesmo nos momentos mais sombrios. E ao reconhecermos isso, podemos começar a nos libertar das amarras que nos prendem e a abraçar o verdadeiro potencial que reside dentro de nós.

Por Màuri Zeurgo


A Lacuna

 A vida é feita de encontros e despedidas, de conexões que se formam e se desfazem ao sabor do tempo e das circunstâncias. Por vezes, somos confrontados com a dolorosa realidade da distância que pessoas queridas tomam de nossas vidas, sem explicações, sem deixar espaço para que possamos nos explicar, deixando uma grande lacuna em nossos corações.

É como se de repente, sem aviso prévio, alguém que um dia fez parte de nossa vida se afasta, sem dar razões, sem permitir que possamos entender o porquê. Essa ausência súbita cria uma sensação de vazio, de perplexidade, deixando-nos questionando o que poderíamos ter feito de errado, o que poderíamos ter dito ou feito de diferente para evitar essa partida silenciosa.

Às vezes, tentamos desesperadamente preencher essa lacuna, buscando respostas que nunca chegam, revivendo conversas e momentos compartilhados em busca de pistas que nos ajudem a compreender o que deu errado. Mas muitas vezes, essas respostas nunca chegam, e somos deixados com o peso da incerteza e da dor da perda.

No entanto, é importante lembrar que a distância que as pessoas tomam de nossas vidas nem sempre é sobre nós. Às vezes, é sobre elas, sobre suas próprias jornadas, seus próprios desafios e conflitos internos que precisam resolver. Nem sempre podemos entender ou controlar as decisões dos outros, mas podemos escolher como responder a elas.

É um processo doloroso, mas também é uma oportunidade para crescermos e aprendermos a lidar com a impermanência da vida. Podemos escolher encontrar conforto no amor e apoio daqueles que permanecem ao nosso lado, e na certeza de que novas conexões e experiências esperam por nós no horizonte.

Portanto, mesmo diante da distância que as pessoas tomam de nossas vidas sem explicações, devemos lembrar que somos mais do que as relações que perdemos. Somos seres resilientes, capazes de encontrar luz mesmo nas situações mais sombrias, e de seguir em frente, mesmo quando o caminho parece incerto.

E assim, enquanto a lacuna deixada pela partida de alguém querido pode doer profundamente, também pode nos lembrar da importância de valorizarmos as pessoas que temos ao nosso lado, e de cultivarmos as conexões que realmente importam em nossas vidas. Pois, no final das contas, são essas conexões que nos sustentam e nos ajudam a encontrar significado e propósito, mesmo nos momentos mais difíceis.

Por Màuri Zeurgo


Último Desejo

Na aurora dourada, o último dia desponta,

O sol se ergue majestoso no horizonte distante.

As aves entoam seus cânticos de despedida,

Enquanto a natureza se prepara para a partida.


Os rios fluem suavemente, como lágrimas cristalinas,

Refletindo o céu em tons de azul e purpurina.

As árvores se curvam em reverência ao destino,

Enquanto a brisa sussurra seu triste hino.


No ar paira um silêncio solene e sereno,

À medida que o mundo se despede em pleno.

Cada criatura, cada ser vivo, consciente,

Sabe que este é o último dia, o momento presente.


As flores desabrocham em cores vibrantes,

Como uma última homenagem aos amantes.

Os campos se estendem em ondas de verde e ouro,

Um espetáculo de beleza, um último tesouro.


No coração dos homens, um misto de emoções,

De saudade, de gratidão, de recordações.

Cada momento vivido, cada riso, cada dor,

Se torna mais precioso neste último alvorecer.


As crianças brincam, inocentes e alegres,

Sem compreender o peso das despedidas negras.

Os idosos contemplam o horizonte, pensativos,

Recordando uma vida de momentos criativos.


Os amantes se abraçam, com lágrimas nos olhos,

Prometendo um amor eterno, que nunca se desfolhas.

Os amigos se reúnem, em círculos de afeto,

Compartilhando memórias, em um último afeto.


No céu, as estrelas cintilam, como diamantes reluzentes,

Testemunhando o adeus, os momentos comoventes.

A lua se ergue, pálida e serena,

Iluminando o caminho para além da cena.


E assim, neste último dia na terra,

O mundo se despede com graça e guerra.

Mas no coração de cada ser que aqui viveu,

Permanecerá a esperança, o amor que sobreviveu.


Pois mesmo no fim, há beleza e encanto,

Neste último dia, neste derradeiro pranto.

E enquanto o sol se põe, e a noite se instala,

A alma encontra paz, na eternidade que se embala.

Por Màuri Zeurgo


Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...