terça-feira, 26 de março de 2024

A Sombra

 Na hora sombria da derradeira partida,

A alma se desprende do corpo, sem saída.

Em um suspiro final, um último suspiro,

Ela se liberta, em direção ao desconhecido giro.


Como uma sombra se desprendendo da luz,

A alma se desvanece, sem resistência, sem cruz.

Deixa para trás o casulo mortal,

Emerge na escuridão, sem destino final.


Na fronteira entre o mundo dos vivos e dos mortos,

Ela flutua, sem forma, sem conforto.

Observa o corpo inerte, agora vazio,

E contempla a jornada que está por vir, sombrio desafio.


Nesse limiar entre a vida e a morte,

A alma vagueia, sem rumo, sem norte.

Sente o chamado do além, do além da escuridão,

E mergulha na vastidão, sem hesitação.


E assim, como uma estrela cadente na noite,

A alma se desvanece, sem alarde, sem açoite.

Deixa para trás o mundo terreno, sem retorno,

E parte em busca do desconhecido, do eterno morno.

Por Màuri Zeurgo


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...