Na hora sombria da derradeira partida,
A alma se desprende do corpo, sem saída.
Em um suspiro final, um último suspiro,
Ela se liberta, em direção ao desconhecido giro.
Como uma sombra se desprendendo da luz,
A alma se desvanece, sem resistência, sem cruz.
Deixa para trás o casulo mortal,
Emerge na escuridão, sem destino final.
Na fronteira entre o mundo dos vivos e dos mortos,
Ela flutua, sem forma, sem conforto.
Observa o corpo inerte, agora vazio,
E contempla a jornada que está por vir, sombrio desafio.
Nesse limiar entre a vida e a morte,
A alma vagueia, sem rumo, sem norte.
Sente o chamado do além, do além da escuridão,
E mergulha na vastidão, sem hesitação.
E assim, como uma estrela cadente na noite,
A alma se desvanece, sem alarde, sem açoite.
Deixa para trás o mundo terreno, sem retorno,
E parte em busca do desconhecido, do eterno morno.
Por Màuri Zeurgo |
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