domingo, 13 de novembro de 2011

Abaixo Daquela Árvore (Mauri Zeürgo)


E o começo fora lá, abaixo daquela árvore...

Relutando contra o abraço que duraria anos, recusei os braços teus, emudeci ao efeito do olhar caído e envergonhado. A prosa duraria menos de alguns minutos, mas, entre a persistência tua, calei-me pela vergonha e indelicadeza em pedir para ir embora. Seus olhos tão tristes animaram-me, fazendo-me ficar. Tua pele era seca e marcada pelo tempo e também pelas dores da vida urbana a que se submetera. Eu tão puro, inocente e você – tenso demais, mas ainda assim com a malícia do jovem da grande cidade. O destino estava prestes a unir a liberdade minha à paixão tua – o sentimento que nascia aos olhos teus fora a perdição do corpo meu. Sentimo-nos livres para amar aos dias que se passaram com a quebra do gelo e com a aparição daquela estranha e cega paixão a qual vivenciamos por muito tempo...

Abaixo daquela árvore o amor ficara cego,         
Abaixo daquela árvore os segredos voltaram à caixinha no canto da sala,
Abaixo daquela árvore os olhos se encontraram,
Abaixo daquela árvore os lábios secaram,
Abaixo daquela árvore a vida perdia o seu rumo,
Abaixo daquela árvore os jovens apaixonaram-se,
Abaixo daquela árvore o início era o fim
E abaixo daquela árvore, a vida terminara ali...
Inerte, fúnebre, seca, tímida, e sem sentido
Mas, sempre e sempre lembraremo-nos do
Primeiro e verdadeiro sorriso, abaixo daquela árvore...

Mauri Zeürgo (14/11/2011 – 01h30min)

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...