Fainetai,
Não é sobre o que o tempo leva, mas sim o que você deixa
pra trás. Essas são as lembranças boas e ruins que afetam nosso caminho e até
mesmo o nosso interno feito um furacão. O mesmo que mói nossos ossos e atribuí
à carne nossa os pecados que carregamos em vida.
Isso não se trata de manter seu nome gravado na areia da
praia, para se imortalizar por seus feitos e atos, pois de que adiantaria se
tudo ficará lá até que a calmaria das ondas o leve.
O tempo se mostra um tecido invisível na qual se podem
bordar todas as coisas, mas que não se pode manter guardado por muito tempo,
pois o passado é algoz e nos intemperes te joga contra o mundo e mostra quem
realmente você é. Aprendi que se deve esperar o tempo para tudo ou pelo menos
para respostas que não chegam com nossos esforços.
Cansei, simplesmente fadiguei da vida, dos contos e contas,
exauriu-me na coexistência grafada como reboco mau feito nessa grande parede de
tijolos chamada vida.
Sou uma pequena torre de emoções translúcidas, sou um pequeno
poema escrito às pressas, um rubi lapidado pela metade em fatos.
Dentre as maiores guerras que se pode travar pelo universo,
a busca interna por respostas de si mesmo é o veneno que empolga a partida.
Quisera eu um dia ser um pássaro, para ser conhecedor de
tudo que existe nos céus, desejara um dia ser um peixe para desfrutar de todos
os mistérios mais infinitos do oceano, mas não. Fui apenas um garotinho
indefeso, um sorriso tímido, me defendendo do mau olhado, da inveja, do ser
humano como um totem corrupto e cheio de falhas na qual jamais assumiria a
culpa por tanto mal.
E o fim é apenas o início de tudo, porém com outros personagens que iniciam assim uma nova vida, uma nova jornada rumo ao desconhecido mais inevitável - chamado homem. Renasço hoje, pois falo a ti de meu antigo túmulo com as palavras mais belas e dolorosas que já ouvi falar:
Σε περιμένω πάντα για εσένα θα 'μαι εδώ! σ'αγαπώ!
Por Màuri Zeurgo |