terça-feira, 22 de março de 2011

Meus Pés (14/04/2011)


Quando os meus pés falarem, todos saberão por onde andei, o que fiz e sobre os mundos em que pisei. Porém, de antemão, saibam todos que a sensibilidade viva é sentida apenas por eles. Vive-se tanto a cada pisada leve na grama, cada forte “pisão” no concreto quente das grandes cidades e a cada pegada na areia, deixadas pra trás com todas aquelas boas e más lembranças. Com a ajuda dos meus pés, fui astro-rei, astronauta, lunático, sonhador, pequeno príncipe, grande poeta das línguas mortas, mendigo e até mesmo dono do mundo.
Ah, meus pés... Gosto tanto deles que sei de cada detalhe e marca entre meus dedos pequeninos e com formato arredondado - lembrando às vezes, pequenas bolinhas de gude cortadas ao meio. Recordo-me também, de cada boca onde ele esteve e de cada língua que não se conteve... Gosto dele limpo, sujo, seco, molhado, apenas gosto, simplesmente gosto. Quando meu passo é suave e silencioso, lembro-me de ser sempre um pássaro alçando vôos longínquos. Quando meu passo é bruto, lembro-me de ser sempre uma grande rocha fincada na terra. Ah, se eles falassem..! As pessoas saberiam tanto e tanto, a ponto de eu deixar de ser um segredo, mas enigma mesmo vem lá de baixo, onde estão os meus pés. Esses que suportam a massa corpórea minha e transliteram cada verso deixado por eles mesmos naquele grande livro que criei na minha imaginação, facilitando a compreensão de um todo.  Cá estão eles, subindo, descendo, indo, voltando - incansáveis guerreiros meus.
Já nem penso mais viver sem eles.  Idéias absurdas surgem sempre, pelo simples fato de amá-los tanto e tanto que a cabeça gira em torno tão somente deles. Vigiando a minha introspecção, meus pés estão sempre aqui, ali, lá, aculá, sempre em todo lugar. Se eles falassem, o mundo riria mais, crianças chorariam menos e a vida duraria uma eternidade. “Mas, pés não falam e a alusão caótica que faço a mim mesmo é um mero sonho que acaba nunca..!”

 Mauri Zeügo




sábado, 19 de março de 2011

Lágrima Seca (14/03/2011)

 O sentimento que tortura a face imóvel, fez de tanto e tanto que causou a lágrima, como um pranto seco e ríspido. Pelas dores da tristeza e na perda de algo ou pelo sorriso da falsa alegria e até mesmo pelo amor que já não existe mais, jamais pertencerá ao que é nosso e não somente de um só como um todo. O sofrimento é real e mútuo. Daí, a carência da água pura e levemente salgada, feito suor fresco daquele que também merece o amor, traz a realidade inoportuna aos olhos.
Dever-se-a jamais negar a existência pelo fato consumado dos erros nossos e abater com intensidade maior o que existe em nós. E é real a situação inesperada de termos criado dentro do corpo que é só da gente, um alguém que nos mata todos os dias e nos faz lembrar daquilo que somos.
Nas noites, enquanto em nossos leitos, somos adornados do prazer estranho e hibrido do bem e do mal, e derrotados pelos fatos tamanhos e deixados lá no canto da sala ou quarto escuro, como divulgação da nossa derrota em um lençol esporrado dos erros tamanhos dos dias à fio. O único e puro momento é apenas aquele em que temos somente pra nós, um tempo-espaço para reorganizar nossas idéias e deixar de lado as futilidades da realidade suburbana e fria. Nem mesmo os astros celestes, com tamanha beleza e inspiração sólida, poderão apalpalpar nossos rostos e dizer: “ - Estou aqui por você.”. Pois a verdade do mundo calou-se somente aos incrédulos e esses somos nós – Homens, mulheres, meninos, mocinhos e bandidos, querendo a atenção pelo que fizemos de errado – Deixamos o coração falar mais alto e esquecemos da nossa última lágrima que cegou-nos com o passar dos  tempos. Já não basta tentar chorar, pois a “Nossa última lágrima” se foi com os dias de alegria e hoje o que temos marcado é apenas a lembrança de uma última lágrima Seca.

Mauri Zeügo

À MariAna Cristina Viana (14/02/2011)


Para aquela que falou sempre com amor e doçura. Sim, a mesma que surgiu do fim do mundo e perdurou por longa data em nossas vidas. Quão bom foi tê-la aqui tão perto e ao mesmo tempo longe. Pois com ela, choramos, sorrimos, gritamos e brigamos juntos. Jamais direi sobre contragosto que um dia, reservei um cantinho todo especial para que ela se instalasse em meu coração. De braços abertos, sempre. Fomos os heróis de nossas próprias histórias e quando eu caia, lá estava ela para me auxiliar em nossa caminhada. Gozamos de uma amizade incrivelmente comprometedora. Mari, Maria, Mariana, Maria Ana ou simplesmente amiga do peito. Sempre leal, forte, determinada e fiel. Seu olhar destina-se sempre num mergulho profundo e infindável de emoções, as mesmas que esculpiram essa mulher que é hoje – Uma eterna guerreira em ascensão, derrotando os fantasmas do passado e seguindo sempre com o brilho e brio únicos que Deus lhe deu. Posso falar com amor e carinho dessa magnífica pessoa, sempre e sempre. Faltaria adjetivos e palavras para defini-la ou descrever esse ser humano maravilhoso com quase 1.80 de altura, cabelos castanhos e olhos cor de mel Ah...seus olhos – Fato. Falar de ti é algo muito bom, pois és especialíssima e única. Tem seus altos e baixos, gordos e magros e sabe discernir a aventura dos dias loucos de tua vida e a seriedade do trabalho. Sempre focada no emprego e atenciosa na família. Torna-se rebelde quando lhe pisam no calo – natural de todo ser humano. Amiga, inimiga, fiel, infiel, romântica, palhaça, amante e amada. Falo e falarei sempre com amor de uma amiga especial que jamais será esquecida. Se eu pudesse, faria uma lista de nomes que viveriam eternamente e jamais seriam guardados naquele velho baú do esquecimento. Com toda certeza um nome estaria lá e esse nome é o teu Querida amiga “Mariana”


Mauri Zeügo

Conversando Com Um Punk (14/01/2011)

Mauri diz:
Estava vendo suas fotos. Posso ser sincero?
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Punk diz:
Sim, claro.
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Mauri diz:
Você é Punk ou Skinhead e quer me espancar?
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Punk diz:
Claro que não! Acha que um Skin-head sai com outros homens ou beijam outros homens?
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Mauri diz:
Sinceramente, não surte muito efeito comigo. Pois sou de uma cultura onde homens e mulheres se beijam livremente. Mas, mesmo assim, sua imagem e essa estranha força, me causam atração.
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Punk diz:
Sério? Que bom!
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Mauri diz:
Pra mim é muito bom, mas pra você, não parece ser muito bom.
Quer um abraço..?
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Punk diz:
Só um abraço? Acho que quero um pouco mais que isso.
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Mauri diz:
Hum...sabia que  um bom exemplo dos bons modos e costumes, enquanto ser humano, é ser educado, não fugir do assunto e ser direto na conversa?
Mas, terei de fugir do assunto, pôs-me medo agora...
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Punk diz:
Porquê? Eu não disse o que eu quero.
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Mauri diz:
O problema não é só sexo, só cama, só beijo ou abraço. O grande e maior problema é: " Querer só uma vez e depois sumir do mapa".
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Punk diz:
Eu não disse que quero sexo... sexo pra mim é consequência, não é causa... só transo porque amo, e não amo porque transo... percebeu a diferença? Pra mim, um olhar furtivo, um abraço carinhoso, um sussurro ao pé do ouvido são tão ou até mais intensos do que o sexo. Porque isso é cumplicidade... Sexo é egoísta. Durante o sexo pensamos muito mais em nós e muito pouco no outro.
Quando me disponho a "ficar com alguém", não quero que seja apenas uma vez, mas várias, sempre. Infelizmente quase não é possível o sempre, mas é o que quero... e não importa quantas vezes aconteça, toda vez tento fazer ser única e especial. Nossa, acho que agora falei de mais.
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Mauri diz:
Não, não falou demais, apenas lida com a situação de acordo com aquilo que vem à cabeça. Leia bem isso...
Espero algum rapaz ou homem entre 20 à 30 anos, afim de teclar sério. Alguém que não queira apenas curtição, mas sim um relacionamento sério. Moro em Barueri, tenho 26 anos, saudável, sou moreno claro, 1m70, 63kl, corpo normal e sem excessos, sou reservado e fora do meio GLS, não afeminado, mas pareço um menino maluquinho querendo atenção do namoradão.
Sou carinhoso e bem humorado, sincero, honesto, trabalhador e de bem com a vida.
Quanto à Baladas - Não gosto, vejo pessoas que frequentaram baladas a vida toda, e só depois de maduros e ou, velhos se vêem nos arredores, implorando atenção e notam então, como essa vida é pedante e solitária.
A realidade, não é tida como raciocínio desde que haja provas concretas. E muitos deles vão à festas pra se divertir, beijar, dançar, curtir e ouvir músicas, porém, voltam pra casa e se vêem sozinhos na companhia de seus peixes, gatos, cães...Só assim percebem que a vida é realmente pedante e solitário. E muito enganosa.
Não procuro sexo, quero uma pessoa bacana pra uma conversa que possa render um bom papo e ou uma amizade. Curto a pessoa de boa, amizade de boa.
Gosto do que é simples...
Gosto de pessoas fora do meio, são mais fáceis de lidar.
Muitos gays que frequentam demais as salas de chat, boates, festas e salões, são muito extressados, pouco conversam e querem logo sexo. Sexo, se eu quisesse, encontro em qualquer latão de lixo. Quero uma pessoa bacana, amiga, parceira...que não meça esforços para que ambos possam sorrir juntos. E não um rapaz problemático que curta sexo evasivo e fútil.
Estamos entendidos, filhote..? Rsrs.
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Punk diz:
Sim estamos...
Olha Mauri... eu até gosto de baladas, não as GLS porquê são nojentas, mas eu adoro dançar... quase não saio pra baladas pra beijar, isso é vazio... ao menos pra mim. Também gosto de encontrar amigos, que eu só consigo encontrar nessas ocasiões porque  a vida é muito corrida. Mas pra mim, de verdade, o amor não se manifesta pela desejo de fazer amor, esse desejo pode ser aplicado a uma multidão inúmeravel de pessoas, mas, o amor se manifesta pelo desejo do sono compartilhado... e esse desejo no momento,  diz respeito a uma só pessoa
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Mauri diz:
Eu não bebo, não fumo, não me drogo, não saio e pouco tenho tempo pra amizades falsas, por isso mesmo que eu sempre fico em casa, na minha e de boa...
O amor engana, mata, fere, mas mesmo assim é bom...pois ele encaminha pelo fluxo repentino da vivência com o mundo – Ou aprende a amar e ser amado, ou simplesmente pega tudo aquilo que pode te fazer bem e deixe de lado.
E isso, pra que possamos nos encontrar com a realidade.
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Punk diz:
Eu bebo às vezes, já fui fumante mas parei há 3 anos...não usei qualquer tipo de narcótico, adoro ficar em casa com a família. Família é tudo na vida da gente, mas as vezes preciso sair, pois não estou namorando e me sinto só. Então, me encontro com amigos pra conversar e dançar... apenas isso.
Existe algo que eu tenho que discordar de você.
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Mauri diz:
Sabe, não sou uma pessoa solitária e vivo muitíssimo bem ao meu modo.
E olha, nunca frequentei os meios GLS...que é desses que eu estava falando...!
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Punk diz:
Não estou falando de solidão de estar só e isolado.  Falo da solidão de não ter alguém que eu possa chamar de meu, que às vezes me diga, olhando nos meus olhos: Não concordo com esse pensamento e atitude, mas estou do seu lado.
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Mauri diz:
Ainda bem que não existem pessoas iguais. Já imaginou a bagunça?
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Punk diz:
Sim, sim...rsrsrs!
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Mauri diz:
Mas, sinceramente, filhote...tu te tornas aquilo que cativas...e mesmo, cheio de contradições, o mundo está cheio de pessoas prestes a se jogarem nos braços de um alguém e dizer:  " - Quero ficar contigo..!"
Mas, o grande e maior problema é...- Esse alguém, estará lá..?
Sabe, namorei por 5 anos com uma estudante de arte e filosofia. Como foi um longo e escondido namoro, nunca o trouxe em minha casa, ele não conheceu meus parentes pessoalmente, nem amigos e muito menos minha mãe ou meu pai, mas ele estava disposto a enfrentar isso e ficar comigo. Pois, de toda e qualquer forma, ele me amava.
Terminado o namoro de 5 longos anos, por conta dele ter de viajar para o Canadá, pra estudar línguas, não nos vemos mais. Isso tem mais de 2 anos e meio. Onde está o amor?
Te garanto...aquele amor mudou. Hoje, só me lembro dele quando tenho de citar a seguinte pauta: "O amor engana..." Por experiência própria. Mas, agora...eu te digo: "- Nem todos amam igual, nem todos sentem as verdades de um amor por igual.
Mas todos precisam, ao menos uma vez na vida, amar como gente.
Por isso, eu mesmo nunca procuro...sempre espero um alguém bacana. Às vezes tenho a sorte de aparecer alguém legal, assim como você, que fala abertamente das coisas que sente.Digitei tanto e você nem leu, né?
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Punk diz:
Claro que li, concordo quando diz que "nem todos amam igual, nem todos sentem as verdades de um amor por igual", mas não é o amor quem engana... acho que somos nós que nos enganamos, só temos extrema dificuldade pra aceitar isso... então colocamos a culpa no amor ou em qualquer outro sentimento.
Quando amamos, amamos e pronto... não podemos ter certeza do que o outro diz sentir, porque é um outro coração, mas podemos ter certeza absoluta do que sentimos. E, quase sempre, nos habituamos a uma situação e levamos aquilo até um extremo causticante, se tivéssemos a ousadia de nos desprender no momento certo, evitáriamos muitos sofrimentos.
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Mauri diz:
Sinceramente, não. O amor é um sentimento, o maior deles. As pessoas não têem controle sob a forma de amor, por isso é mais fácil ele enganar as pessoas e as mesmas nem saberem com o que estão lidando. Por isso, entra essa tua auto-afirmação que Socrates sempre cita na Filosofia enganadora do amor. " - Colocar-se-a a culpa tamanha do amor, nele mesmo..."
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Punk diz:
Mas pensa bem, em algum momento você já não pensou, que quando algo não estava indo tão bem: "Isso não vai dar certo, está tudo errado. Mas eu o amo e quero continuar, uma hora nos acertamos, uma hora ele vai mudar de atitude/opinião/idéia." ?
O amor não enganou... simplesmente preferimos acreditar que ainda era possível... 
E continuamos suportando até não termos mais forças.

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Mauri diz:
Um dos grandes filósofos e pensadores da área de estudo de Sofócles, ao falar do amor citou num dos manunscritos, da seguinte forma: " - O corpo humano em si é dividido em três regiões erógenas. 1ª A região do pescoço e cabeça, responsável pelas lembranças, memórias e habilidades mentais; 2ª A região do toráx e braços, responsável pela sensação de culpa, paixão e desordens no "amor" .
Enfim , a 3ª região do abdôme e dos baixos territórios, incluindo as coxas e orgãos, responsáveis pela inquietação do ser, desordens de desejo e loucura sexual lasciva, nascidos do puro desejo.
Quando essas tês partes agem juntas, o corpo todo se engana...Quando  a pessoa diz: ""Isso não vai dar certo, está tudo errado. Mas eu o amo e quero continuar, uma hora nos acertamos, uma hora ele vai mudar de atitude/opinião/idéia, a mesma está se enganando por conta, não do amor, mas sim da paixão momentãnea e dos reflexos das coisas boas que os olhos viu e desejou.
Muitos se enganam quando dizem que o amor machuca, mas eu citei o amor verdadeiro e não as pegações, paixões de fim de festa ou inquietação dos baixos territórios....
Falei do amor simples, nascido com aquele olhar que nos faz viajar, mesmo sem sair do lugar. O amor que nos faz sorrir é verdadeiro e não aquele que nos empurra num abismo, ou nos tira a melhor sombra debaixo daquela antiga árvore que ficou lá atrás no tempo.
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Punk diz:
Entendi... agora eu entendi.
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Mauri diz:
Você me causa a atração, sabia? Seu jeito me causa a atração.
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Punk diz:
Sua forma de pensamento e maneira de lidar com as palavras me atraem.
Você mexeu comigo. Uma das melhores conversas que tive em tempos. Você é muito interessante, maluquinho, mas interessante e com um quê de  mistério.
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Mauri diz:
Somos todos interessantes, não somente pelas verdades, mas também pela imagem e o reflexo daquilo que cativamos, sempre....
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Mauri Zeügo


Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...