domingo, 31 de março de 2024

Na Bruma do Esquecimento

Na bruma cinzenta de uma alma perdida,

O amor vagueia, sua chama já esquecida.

Nas sombras frias de um coração deserto,

O eco de um suspiro, tão triste e incerto.


Um homem caminha, carregando o peso

De um amor que definha, em lento processo.

Seus olhos cansados refletem a dor,

Da indiferença que o consome, sem pudor.


Ele busca respostas nas entrelinhas mudas,

Em gestos vazios, em palavras mansas e surdas.

Mas o outro, tão distante, não enxerga a agonia,

Imerso em sua própria ilusão, em sua fantasia.


A cada dia que passa, o abismo se alarga,

Entre o que um sente e o que o outro não enxerga.

E o amor, que um dia floresceu com esplendor,

Agora definha em meio à sua própria dor.


Como uma flor murcha, deixada ao relento,

O sentimento se esvai, sem deixar lamento.

E na solidão de um coração despedaçado,

Resta apenas a saudade do amor malogrado.


Mas na escuridão da noite, há uma faísca de esperança,

Que talvez um dia, numa dança,

O amor volte a brilhar, radiante e forte,

E cure as feridas desse triste corte.


Por enquanto, porém, resta apenas a resignação,

De um amor que se esvai, sem explicação.

E o homem solitário segue seu caminho,

Entre sombras de um amor que não tinha destino.

Por Màuri Zeurgo



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...