Na bruma cinzenta de uma alma perdida,
O amor vagueia, sua chama já esquecida.
Nas sombras frias de um coração deserto,
O eco de um suspiro, tão triste e incerto.
Um homem caminha, carregando o peso
De um amor que definha, em lento processo.
Seus olhos cansados refletem a dor,
Da indiferença que o consome, sem pudor.
Ele busca respostas nas entrelinhas mudas,
Em gestos vazios, em palavras mansas e surdas.
Mas o outro, tão distante, não enxerga a agonia,
Imerso em sua própria ilusão, em sua fantasia.
A cada dia que passa, o abismo se alarga,
Entre o que um sente e o que o outro não enxerga.
E o amor, que um dia floresceu com esplendor,
Agora definha em meio à sua própria dor.
Como uma flor murcha, deixada ao relento,
O sentimento se esvai, sem deixar lamento.
E na solidão de um coração despedaçado,
Resta apenas a saudade do amor malogrado.
Mas na escuridão da noite, há uma faísca de esperança,
Que talvez um dia, numa dança,
O amor volte a brilhar, radiante e forte,
E cure as feridas desse triste corte.
Por enquanto, porém, resta apenas a resignação,
De um amor que se esvai, sem explicação.
E o homem solitário segue seu caminho,
Entre sombras de um amor que não tinha destino.
Por Màuri Zeurgo |
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