quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Enxame

"Súbita a morte que logo vem de cima a baixo, rompendo as correntes de liberdade do ser. Somos assim elevados à leveza do mundo, escarnecendo a face, deixando ossos pré-moldados sob a concepção híbrida da pele nossa."

Dizem que as maiores dores das pessoas está na hora da partida, na angústia da saudade, no desespero das piores aflições, mas o fato irregular e inconsciente é a troca de valores entre corpo e alma, coração e mente. Obstáculos que o homem, enquanto sóbrio, desconhece e se afasta enquanto perde-se-à fora da realidade utópica que o trouxe ao mundo;

Deveras místico, obsoleto, fantasmagórico e surreal são os interins de todo o momento. Seja triste, feliz, apático, empático, rude, contraditório e até mesmo senil. O que há para entender dentro desse atender de emoções cíclicas e redundantes, se o puro prazer de ser é apenas vivenciar feito enxame de abelhas por cima das flores mais doces;

Desceremos um dia então, lenta e calmamente por essas horas, degrau a degrau, embainhando nossas lâminas forjadas no metal mais pobre e enferrujado que se chama amor;

Onde está Eros, Afrodite, Freya ou o próprio Cupido, se o amor não vos fala mais?
Como decorrente de tantas falácias, somos culpados por carregar muito em nossos peitos, corações e mentes;

Tantas emoções, tantos corações e feições e tu tens que se apegar apenas ao meu. A vida de fato é injusta e dura, mas enquanto templários, detentores da armadura e da espada, somos unos e preferimos ficar ao lado da emoção e não dá razão. O mesmo que o atrai até meus braços é a razão continua de eu estar aqui, declarando tal ponto de vista, oscilando entre razões e emoções e deleitando seus olhos na escrita rude, áspera e nada acadêmica;

Dentre tantos corpos no universo, apenas o meu tem sido celeste em sua galáxia de suores, lágrimas, sorrisos e tato. Mas lembre sempre que antes mesmo do meu primeiro suspirar, existiu dentro de ti a razão de ser anjo;

Voe anjo, voe larga e longamente aos céus, inteirando-se às nuvens que à ti pertence por hoje e por toda a eternidade enquanto lembrar de mim...


Por Màuri Zeurgo

Um comentário:

  1. Tanto tempo sem escrever nada. Achei que eu ficaria sem deleitar-me com sua escrita Sr.Mauri Zeurgo. Obrigado pelo deleite. Bom saber que está vivo e bem...��

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