Certa vez, o
amor...
“Haverá um
dia em que toda a imensidão negra que nos cobre durante o fim da luz, nos trará
a verdadeira lei que rege essa face oculta que impera nos fins dos dias frios.”
Certa vez,
encontrei algo muito belo, um alguém que me fazia rir a qualquer momento,
revelando meu sorriso mais intenso, fazendo-me gozar por essa vida repleta de
inércia e tão cheia de amargura. Tirou-me o sono, levou meus sonhos e pesadelos
– eu estava a iniciar uma guerra intrínseca com o verdadeiro amor. Viajei de
encontros mil ao ímpeto e ao livre canal das desavenças de norte a sul, leste a
oeste. De fronte uma bela montaria branca, de crina cheia de um brilho vivido,
detrás de mim um oceano de lágrimas cheio de felicidades e amarguras, aos lados
seguiam as correntes que prendiam minhas mãos para receber de pronto a maior e
mais fina das flechas – O amor veio de encontro a mim e fora um anjo de formas
mil e coroa de louro verde ainda fresco, com cheiro de rosas e macadâmia,
lábios levemente pincelados de um suave rosa, olhar tênue e senil, braços
fortes com mãos grandes e belas, um corpo de desejo intenso e uma vontade única
de ter-me aos abraços após a investida ágil de sua arma. Tornar-me-ia um feto
sem malícias para o guerreiro, filho e amante da deusa do amor e das delícias
terrenas. Oh deusa das manhãs frescas e sem privações entre os amantes, tua pureza
não mais imaculada, a fertilidade das proezas insanas e mundanas dos homens – Seja
tu Afrodite de Ares ou a Vênus de Marte, rogo a ti, protege-me contra o mal do
amor, esse que tanto causa danos aos homens e mulheres, amantes e amados,
senhores e serventes puros e impuros animais e humanos.
Indigna fora
a queda da Babilônia e até mesmo a imortalidade da Pompéia, porém não menos
humanos foram que as almas de Sodoma ou Gomorra, pelo elo carnal ou pelo
escambo de Caronte, o barqueiro mercenário do rio Estige ao Hades infinito. Uma
alma por uma moeda, qual o preço pela tua verdade ou pelo mesmo castigo que teu
anjo nos submete..¿
Certa vez
encontrei-me com o amor supremo, o mesmo que me saciou dentre tantos lençóis e
após muitos néctares que causavam sono. A beleza das bacantes preenchia meu ego
e ao mesmo tempo completava meu mundo. Porque comigo, filho de tantas mães e
pais, irmão de tantos irmãos e irmãs, porque comigo¿
Nessa
jornada longa e cheia de grandes pedras, vivo sem uma resposta concreta, porém
respiro o hoje como sendo o último dia de minha vida, fazendo desse momento o único
a durar uma eternidade só para vê-lo tentar arrancar-me sorrisos para sempre
antes de você partir.
“O amor é a
fagulha que resta para o ser humano se tornar mais humano e menos animal. Por
isso, aceite o amor na forma como ele o é.
Por: Mauri Zeurgo
Puta que pariu, tu escreves muito cara!
ResponderExcluirAdorei