terça-feira, 12 de novembro de 2013

Certa Vez, O Amor...(13.11.13 - 00:15)

Certa vez, o amor...

“Haverá um dia em que toda a imensidão negra que nos cobre durante o fim da luz, nos trará a verdadeira lei que rege essa face oculta que impera nos fins dos dias frios.”
Certa vez, encontrei algo muito belo, um alguém que me fazia rir a qualquer momento, revelando meu sorriso mais intenso, fazendo-me gozar por essa vida repleta de inércia e tão cheia de amargura. Tirou-me o sono, levou meus sonhos e pesadelos – eu estava a iniciar uma guerra intrínseca com o verdadeiro amor. Viajei de encontros mil ao ímpeto e ao livre canal das desavenças de norte a sul, leste a oeste. De fronte uma bela montaria branca, de crina cheia de um brilho vivido, detrás de mim um oceano de lágrimas cheio de felicidades e amarguras, aos lados seguiam as correntes que prendiam minhas mãos para receber de pronto a maior e mais fina das flechas – O amor veio de encontro a mim e fora um anjo de formas mil e coroa de louro verde ainda fresco, com cheiro de rosas e macadâmia, lábios levemente pincelados de um suave rosa, olhar tênue e senil, braços fortes com mãos grandes e belas, um corpo de desejo intenso e uma vontade única de ter-me aos abraços após a investida ágil de sua arma. Tornar-me-ia um feto sem malícias para o guerreiro, filho e amante da deusa do amor e das delícias terrenas. Oh deusa das manhãs frescas e sem privações entre os amantes, tua pureza não mais imaculada, a fertilidade das proezas insanas e mundanas dos homens – Seja tu Afrodite de Ares ou a Vênus de Marte, rogo a ti, protege-me contra o mal do amor, esse que tanto causa danos aos homens e mulheres, amantes e amados, senhores e serventes puros e impuros animais e humanos.
Indigna fora a queda da Babilônia e até mesmo a imortalidade da Pompéia, porém não menos humanos foram que as almas de Sodoma ou Gomorra, pelo elo carnal ou pelo escambo de Caronte, o barqueiro mercenário do rio Estige ao Hades infinito. Uma alma por uma moeda, qual o preço pela tua verdade ou pelo mesmo castigo que teu anjo nos submete..¿
Certa vez encontrei-me com o amor supremo, o mesmo que me saciou dentre tantos lençóis e após muitos néctares que causavam sono. A beleza das bacantes preenchia meu ego e ao mesmo tempo completava meu mundo. Porque comigo, filho de tantas mães e pais, irmão de tantos irmãos e irmãs, porque comigo¿
Nessa jornada longa e cheia de grandes pedras, vivo sem uma resposta concreta, porém respiro o hoje como sendo o último dia de minha vida, fazendo desse momento o único a durar uma eternidade só para vê-lo tentar arrancar-me sorrisos para sempre antes de você partir.
“O amor é a fagulha que resta para o ser humano se tornar mais humano e menos animal. Por isso, aceite o amor na forma como ele o é.


Por: Mauri Zeurgo

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