sábado, 12 de julho de 2014

Sol Negro – Ato 1 (12/07/2014)


 Desciam lentamente sobre o meu rosto as últimas lágrimas de um corpo choroso e de uma mente atormentada pela veracidade dos fatos últimos.
E assim a nossa dança parava abaixo daquela rubra e fria chuva. Uma tempestade tornava-se atraente muito antes da mais fina garoa, porém a vida faz-nos bailar conforme a canção, sendo ela seca, úmida, fraca ou devastadora.
Facilmente seguimos as direções a que fomos ordenados, mas nenhuma delas mostra o verdadeiro céu ou inferno ao qual supostamente seremos atraídos.
Diante das maiores dificuldades, devemos brilhar sobre a escuridão antes mesmo que a pequena fagulha das emoções falhas do ser humano torne-se uma loucura insana dos falsos amores.
Acreditar no inacreditável é o mesmo que continuar à espera de um milagre. Os dias tornam-se o ponto de partida para a angustiante queda até o abismo.
Parte de nós é levada ao âmago fundamental da questão que nem eu e nem você poderá responder. Enquanto descemos, um flash de lembranças revela-nos o que perdemos e o que ganhamos, porém a verdadeira face daquilo que queremos se oculta entre a grande farsa da vida.
Nossa estada aqui na terra é mera alusão da realidade ao mundo de fantasias e ludibriáveis tentações ao qual somos submetidos.
Ganhar e perder, perder e fugir, correr ou ficar, tudo se aplica à regra daquilo que não queremos enfrentar. Às vezes fugimos de nossos medos e perdemos a chance de acabar com eles de uma só vez e pra sempre.
O sentimento que os consome diante da derradeira vida é exatamente a inversão de valores que criamos dentro de nossa mente, por isso acredita-se que enquanto isso durar, nossos desavisos serão permeados por dor, cólera, inveja, impunidades e desapego a nós mesmos.
O segredo de um mundo particular e todo nosso, deverá ser mantido sob sigilo total e o segredo deverá ser lembrado apenas por nós onde quer que estejamos.
Ao depender tanto de uma resposta ou daquilo que se espera, acreditamos tanto que existimos para fazer, criar, formar e completar – Mas não! Estamos aqui apenas para conjugar o verbo da coexistência humana enquanto passeamos pela materialização do que existe e não do que está em planejamento ainda. Um dia teremos as respostas ou não, tudo é tão incerto, ou talvez vivamos sem respostas, ou talvez já estejamos até mortos e ainda nem sabemos.

Continua...

Por Mauri: Zeurgo

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Nossa Antônio, fico feliz que meus textos e pensamentos prendam a atenção e despertem interesse de pessoas como você. Um homem sério e de aparente bom gosto pela leitura. Acredito que dentro do contexto em conhecimento e literatura, temos muito o que debater. Ficarei feliz em manter contato contigo. Deixo aqui meu e-mail, caso queira manter contato comigo. Abraço e fica bem..!

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