quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Eternizando Os Fatos (03.02.2012)

E o que temos da vida, se a mesma nos leva tudo? E quanto a bonança dos tantos risos e abraços que temos? Sim, temos sempre um motivo pra sorrir, sonhar e pedir perdão a quem magoamos. Durante o dia, as pequenas atitudes nos levam à forca medieval em mais um dos devaneios nossos. Tão infeliz e tão obscuro à realidade que os sobrepõe no pedestal do nosso orgulho, somos levados à indigestão verbal do erro alheio.
Levamos a culpa por tudo e sem meio caminho e ou meio termo, somos julgados e o que resta-nos é sentir a lâmina fria da espada que corta a carne, magoando o corpo e envenenando a alma nossa pelas horas que passam nunca nesse grande e velho relógio de madeira.
A liberdade seria enfim, o maior dos prazeres e último elo entre certo e errado, verdadeiro e falso, único e múltiplo, assim como os muitos amores que vivemos e descobrimos no fim que a palavra que tanto eterniza homens e mulheres no grande hall egocêntrico e vaidoso da Literatura, não tem tanta força quanto imaginamos.
Em dias assim, queremos ser erguidos pelos ventos e deixarmo-nos sermos guiados ao longo da brisa que refresca o nosso rosto, alimentando a ideologia da vida – sem preocupações, sem medo, sem problemas e sem o anseio pelo amor. Tão simples e seca, a vida envaidece ao primeiro olhar, os lábios colorem-se ao menor ruído e o coração acelera ao mais suave toque.
Tão bom é esse sentimento que mesmo com toda a dor da vida, tudo é belo, tudo causa alegria e tudo se torna riso. Porque não lutar hoje por conta do embalo radiante que é viver uma paixão e deixar de lado a irracionalidade e a sensação infértil esterilizada em nossas mentes ditadas pelo medo?
Hoje somos a marca do mundo, somos os grãos de areia eternizando a história com nossos feitos, contos, amores e dissabores que ditam regras e alinham nossos caminhos sem saber aonde chegar. Se o futuro próspero existe, basta fincar na terra – nesse nosso solo, a perseverança e o alinhamento corretos e isso depende de cada um. Se um dia formos parados e questionados quanto à morte, diremos que sim, ela existe e é impossível estaciona-la e decidir o que fazer com ela depois. Mas, pior que isso é saber que a vida é curta demais e a morte dura uma eternidade – quem está bem então, os que partem ou os que ficam?
Por fim, nesse imenso naufrágio emocional somos todos barris antigos e isolados de questionamentos infindáveis pelo simples fato de sermos isso e aquilo, sangue e corpo, mente e alma, carne e espírito, vida e morte. Deixemos claro então que a chance de ter e poder são uma só e daqui nada levamos, apenas deixamos a saudade e nossos feitos.
Viva o hoje como nunca e tenha em mente que nada é eterno.

Por: Mauri Zeürgo.

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