sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Bloco de notas II (14/07/10)


Enquanto estava a dar a primeira mordida em meu lanche, vi-me numa dúvida cruel: "O que me traz a esse teu bloco de notas novamente?"
Não pelo fato de eu ainda pensar em você, mas sim porque existem fatos sem sentido e sem respostas. A obviedade da situação triturou o reboque oco das paredes de minha memória, abriu-se então aquele buraco de questionamentos e perguntas sem respostas. Seguindo o instinto, estaríamos estacionando novamente na mesma calçada ou banco de praça, seguindo o coração, estaríamos fadados ao engano utópico de nossas próprias emoções esguias e superficiais. Fomos caprichosos demais e o que invade à mim hoje, é aquela emoção dos primeiros dias que pra ti, foram mais importantes em anos, fora o maior acontecimento de toda a sua vida. Acreditamos num espaço só nosso e tão somente "nosso" à ponto de largarmos tudo de mão e pularmos no mesmo poço. O grande e maior problema, foi o momento em que larguei suas mãos e preferi que você caísse sozinho, me segurei nos meus ideais malucos, escondi-me em minha fortaleza e fiquei rodeado com meu escudo e meu mundo girou em torno daquilo que você me dizia sempre: "Seu jeito estranho vai acabar com você. Abra-se ao mundo e viverá mais". Talvez o erro tenha sido esse. Mas, o que passou, passou e não volta mais. A regra do "aceite" só era válida aos que entendiam meu mundo e não somente o mundo em que vivem aqueles fadados a urbanidade mundana em que você vivia.
Meu lanche acabou esfriando e essa dúvida ainda está aqui: "Se sabias o que aconteceria comigo, cedo ou tarde, porque voltou?"

Mauri Zeügo

2 comentários:

  1. Gostei muito desse texto. Como faço pra virar seguidor de Mauri Zeügo? Ainda não tenho perfis pelo Google. Alguém pode me auxiliar..?


    Ricardo (48 Anos - SP Capital)

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  2. Você deveria escrever um livro. Seria a primeira a comprar ...adoraria seu autógrafo nele.

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