Enquanto estava a dar a primeira mordida em meu lanche, vi-me numa dúvida cruel: "O que me traz a esse teu bloco de notas novamente?"
Não pelo fato de eu ainda pensar em você, mas sim porque existem fatos sem sentido e sem respostas. A obviedade da situação triturou o reboque oco das paredes de minha memória, abriu-se então aquele buraco de questionamentos e perguntas sem respostas. Seguindo o instinto, estaríamos estacionando novamente na mesma calçada ou banco de praça, seguindo o coração, estaríamos fadados ao engano utópico de nossas próprias emoções esguias e superficiais. Fomos caprichosos demais e o que invade à mim hoje, é aquela emoção dos primeiros dias que pra ti, foram mais importantes em anos, fora o maior acontecimento de toda a sua vida. Acreditamos num espaço só nosso e tão somente "nosso" à ponto de largarmos tudo de mão e pularmos no mesmo poço. O grande e maior problema, foi o momento em que larguei suas mãos e preferi que você caísse sozinho, me segurei nos meus ideais malucos, escondi-me em minha fortaleza e fiquei rodeado com meu escudo e meu mundo girou em torno daquilo que você me dizia sempre: "Seu jeito estranho vai acabar com você. Abra-se ao mundo e viverá mais". Talvez o erro tenha sido esse. Mas, o que passou, passou e não volta mais. A regra do "aceite" só era válida aos que entendiam meu mundo e não somente o mundo em que vivem aqueles fadados a urbanidade mundana em que você vivia.
Meu lanche acabou esfriando e essa dúvida ainda está aqui: "Se sabias o que aconteceria comigo, cedo ou tarde, porque voltou?"
Mauri Zeügo
Gostei muito desse texto. Como faço pra virar seguidor de Mauri Zeügo? Ainda não tenho perfis pelo Google. Alguém pode me auxiliar..?
ResponderExcluirRicardo (48 Anos - SP Capital)
Você deveria escrever um livro. Seria a primeira a comprar ...adoraria seu autógrafo nele.
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