segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Indefinição: Mauri Zeurgo (14/03/09)

Dentro dele, lá dentro dele há uma cor indefinida
Clara demais, tão clara...que deixa de ser cor
É pura luz...com intenção de cor.

Sem toque, sem matéria...alcança um espírito que nunca existiu intelectualmente
Cria-se um elo entre o que é dito: descrição da própria cor e o que não é palpável: Uma forma sem forma...Tão presente que não deixa dúvida de existir . Mas, se não cabe em minhas mãos, nos meus sentidos...como existe?

É justamente na interrogação que ela assume a sua presença.
É cor sem cor, é forma sem forma, é matéria sem peso,
Viaja no infinito numa velocidade luminosa, todo o espaço a conhece
E cabe na dúvida de minha reflexão.

Ela é ampla e pequena, um tudo que tende ao óbvio e ao nada,
Ela é a elasticidade que está na essência dos corpos definidos.

É esse não dizer que me compõe,
Não dizer, não por não ser dito ou por ter sido dito,
Mas por não caber na minha boca, saída por um conjunto de aparelhos biológicos que me conferem a aptidão da fala.

Pressagiada pelo toque afetivo,
Amargurada por um chamado não entendido
E aprisionada por uma vontade que não se revela externamente.

Ela existe, está comigo, dentro de mim
E existe tão intensamente
Mas, como dizer? Como ver? Como apalpar?

Dou-lhe o nome de cor, mas sei que não é cor
E eu sou ele, ele está dentro de mim
E essa cor “incolor” é o brilho que meus olhos enxergam
Sempre chamando você - Mauri Zeurgo.


By: Gilberto


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