segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Àquele que trouxe-me o mar (14/11/09)

Na lembrança ainda do primeiro abraço
Seguiam as crianças com pensamentos confabulados.
A memória dos dias de discussão e sorrisos
Trazia sempre uma nova motivação;

Na lembrança ainda do primeiro beijo
Seguiam os garotos com com a paixão estranha.
Os fragmentos árduos do desconhecido
Dáva-os a própria cara à tapa;

Na lembrança ainda do primeiro gesto
Seguiam os rapazes com a falta um do outro.
A infância de antes apagara as crianças
De um passado brilhante e único;

Na lembrança ainda do primeiro adeus
Seguiu o homem sozinho com a falta do amor.
Na memória restaram apenas as palavras “amo-te”
Como prova de que fora real aquele sentimento;

Na lembrança ainda da primeira lágrima,
A criança voltava ao mar com a certeza
De que encontraria lá as pegadas na areia
e toda a imensidão que lhe fora dada;

Ali, em frente ao mar infinito,
Sentindo a água à seus pés,
Numa mistura de areia fina
Com a umidade que relaxava a caminhada;

Passeando pela orla calma,
Gozando do panorama extraordinário
 - Suas duas grandes paixões,
Dois gigantes, seus dois amores;

Parado ali, o pequeno príncipe
Sentia o ar fresco que vinha com as ondas,
Chegando à praia com a força das águas
Fazendo-o perceber o quanto perdeu em anos;

Depois de muito tempo o pequeno
Viu-se tornar sapo à presença da
Essência viva à seus olhos
- Mais um no jardim dos meninos perdidos;

Ainda na lembrança do primeiro amor
Seguiam seus próprios caminhos,
Apagando a verdade e escondendo
Do mundo o amor incorrigível
Daquele que certo dia trouxe-me o mar.

 Mauri Zeügo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...