sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Espelho (14/07/03)

O mesmo que espelha o vazio da alma mostra-me um corpo cansado. Estar farto dessas coisas que vem à mim com forma de belo rótulo, não é mais novidade.
Essa realidade crua que assassinou a vida que antes minha, e jaz em paz.
Esse sossego que divaga ao meu redor, os leões que desejam abocanhar a melhor fatia da minha carne, a solidão tão cheia de falsas realidades.
Ah! Fechar os olhos não basta, devo respeitar os meus limites e delinear a minha existência. Só assim alcançarei o fluxo refletido pela minha respiração, para não me sufocar.
O espelho vazio e ao mesmo tempo lustroso jogou em mim a culpa de toda a tragédia grega dos meus dias.
Agora restam apenas os cacos – como vestígios do meu passado insano e da turbulência de toda a minha vida.

Mauri Zeügo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alcance

No abismo tumultuoso dos sentimentos, ele mergulha diariamente, seu coração se debate entre as ondas revoltas de uma paixão impossível. A me...