sábado, 18 de dezembro de 2010

Desgaste (14/12/07)

O que houve com você? Por que desapareceu?

Quero e preciso saber o que há, para melhor entender o que vivemos e por que vivemos.

Se soubesse o quanto eu esperei, chorei, gritei, sofri e ansiava por sua espera.

Seu egoísmo e mesquinhez me deixaram de canto e fui tratado com indiferença. Nunca imaginei que você pudesse fazer comigo o que fizeram contigo. E hoje, vem a mim como se nada tivesse ocorrido. O que te faz pensar que será fácil perdoá-lo ou me fará esquecer o desgaste nosso?

Agora, diante de seus olhos, vejo um reflexo distorcido do que um dia fomos.

As palavras que eram como doces promessas agora são espinhos que perfuram meu coração.

Tentativas vãs de reconstruir o que foi quebrado, de remendar os pedaços de um amor desgastado pelo tempo e pelas feridas.

Mas como posso perdoar como posso esquecer, quando cada lembrança é uma faca afiada que corta minha alma?

Você voltou como um fantasma do passado, assombrando meus dias e minhas noites.

Mas eu não sou mais o mesmo que outrora te amou cegamente.

A dor me fez mais forte, mais resiliente, mas também mais cético em relação às suas palavras vazias.

Então, não me peça para esquecer o desgaste, pois cada cicatriz é uma memória que se recusa a desaparecer.

Por Màuri Zeurgo

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